A guerra que coloca frente a frente Israel e a Palestina tem obrigado as grandes empresas tecnológicas a tomar algumas medidas para proteger os civis inocentes. Estas podem não ser entendidas de imediato, mas parecem ser necessárias. Agora, o Telegram bloqueou canais do Hamas no Android porque o Google assim o obrigou.
No meio de toda a agitação que tem existido no conflito que se desenrola no Médio Oriente, há empresas que estão a tentar dar às populações algumas ferramentas para se protegerem. No limite, estas estão a ser bloqueadas para garantir que não são usadas para dar vantagem no cenário de guerra.
A mais recente ação veio por parte do Telegram, que bloqueou o acesso ao canal oficial do Hamas, hamas_com e às brigadas al-Qassam, o braço militar do Hamas, para utilizadores do Android. Ao tentar aceder ao canal, surge a mensagem: “Infelizmente, este canal não pode ser exibido em apps Telegram descarregadas da Google Play Store”.
O Telegram atribuiu este bloqueio às diretrizes da loja de apps da Google. Estas proíbem conteúdo violento relacionado com terrorismo dentro de apps. Segundo a mensagem apresentada, a proibição não se estende à app quando é descarregada de outras origens ou usada em outros sistemas operativos onde o Telegram tem presença.
Do que foi confirmado por alguns canais de comunicação, outros canais ligados ao Hamas, como o Gaza Now, permanecem acessíveis no Telegram. Este último, o Gaza Now, tem mais de 1,6 milhão de subscritores. Não ficou claro se a empresa fez o mesmo na versão dedicada ao iOS.
O CEO do Telegram, Pavel Durov, escreveu que estava hesitante em fechar os canais usados pelo Hamas. Referiu que “abordar a cobertura relacionada à guerra raramente é óbvio” e escreveu que o Hamas usara o Telegram alguns dias antes para alertar os civis para evacuar uma área antes de atacá-la.
Claro que o Hamas também usa o Telegram para divulgar vídeos dos seus ataques. Como foi referido em vários meios, um dos canais que o Telegram bloqueou é usado pelo braço militar do Hamas. Depois de toda a pressão da UE para as redes sociais limitarem a partilha de informação falsa, surge agora mais uma medida que quer impedir a propagação de mensagens de ódio e que possam ser usadas para dar vantagem nesta guerra.