Faz hoje um mês que começou a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. O presidente da Ucrânia continua a pedir para que a paz volte, mas as negociações parecem não avançar como se pretendia. No campo digital há também coisas estranhas a acontecer. Um “hack” misterioso no satélite KA-SAT deixou milhares de pessoas offline.
Satélite KA-SAT deixou à escura clientes domésticos, empresas e militares
A mais de 22 mil milhas acima da Terra, está o satélite KA-SAT em órbita. Este satélite viaja a mais de 11.000 quilómetros por hora, em sincronia com a rotação do planeta. Este satélite tem como principal objetivo transmitir Internet de alta velocidade para toda a Europa.
Desde 2011, tem ajudado clientes domésticos, empresas e militares a ficarem online. No entanto, quando as tropas russas entraram na Ucrânia nas primeiras horas de 24 de fevereiro, as ligações de Internet via satélite foram interrompidas. Um misterioso ataque cibernético contra a infraestrutura terrestre do satélite – não o próprio satélite – fez com que dezenas de milhares de pessoas ficassem sem acesso à Internet.
Um mês após o ataque, as interrupções continuam. Milhares ainda permanecem offline na Europa – cerca de 2.000 turbinas eólicas ainda estão desligadas na Alemanha – e as empresas estão a recorrer a modems para conseguir ter acesso à rede.
Várias agências de inteligência, incluindo as dos EUA e da Europa, também estão a investigar o ataque.
O hack da Viasat é sem dúvida o maior ataque cibernético conhecido publicamente desde que a Rússia invadiu a Ucrânia e destaca-se pelo impacto além das fronteiras da Ucrânia. Os especialistas nesta área têm algumas suspeitas.
O governo ucraniano ainda não se pronunciou sobre o ataque. As comunicações por satélite, também conhecidas como satcom, são bastante usadas no país.
Chris Phillips, da Viasat, referiu recentemente que “não há evidências até o momento de qualquer dano no satélite KA-SAT, infraestrutura de rede principal ou gateways devido a este incidente”. A Viasat considera que o “ataque cibernético” possa ser resultado de uma configuração incorreta numa “secção de gestão” da sua rede, conforme referido pela Reuters. A empresa recusou-se a fornecer mais detalhes sobre a natureza técnica do incidente, citando investigações em andamento. A Viasat diz que está concentrada na recuperação do serviço.