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Google e Facebook querem combater as “fake news” nas próximas eleições

O combate às notícias falsas ou fake news é uma das prioridades das redes sociais e grandes plataformas como o Facebook e a Google. A maior rede social do mundo e o motor de busca mais popular já se pronunciaram.

Cientes da crescente responsabilidade que repousa sob os seus ombros, ambas as empresas já estão a trabalhar no sentido de coibir a disseminação de informação falsa durante as próximas eleições.


Esta terça-feira, ambas as plataformas revelaram, em Bruxelas, que estão a desenvolver novas medidas para o combate às fake news. Tudo isto já para preparar as próximas eleições europeias, em maio deste ano.

Google e Facebook preparam o combate às fake news

De acordo com o TheGuardian, o Facebook recebeu duras críticas por parte da Comissão Europeia face à sua postura demasiado branda. Para a Google, ainda que de forma mais suave, o dedo acusador da Europa foi deveras similar.

Com a implementação de mecanismos de verificação da informação, ambas as plataformas querem mitigar o impacto das fake news. A desinformação que continua a ser facilmente propagada tanto nesta rede social como pela Google.

As declarações foram feitas durante uma conferência organizada pela Comissão Europeia, sendo a desinformação na Internet o tema central. Aí, o responsável máximo da Google para políticas públicas e relações governamentais na Europa, Jon Steinberg, revelou algumas das estratégias a aplicar.

A Google está a colaborar com várias pessoas cuja função será confirmar os factos, os chamados fact checkers. Algo que deverá ter repercussões no próprio algoritmo do motor de busca mais utilizado em todo o mundo.

A crescente responsabilidade deste motor de busca

Relembro que, até ao presente momento, é relativamente fácil colocar um blog ou outra publicação nos “favoritos” da Google. Para tal basta dominar algumas ferramentas para colocar o motor de busca da Google a trabalhar a seu favor.

O responsável da Google deixou bem claro que a empresa dá extrema importância à veracidade da informação. Contudo, certo é que o seu algoritmo continua a ser uma presa fácil para um grupo de publicações minimamente empenhado.

As “armas” da Google no combate às fake news

Fugindo um pouco à questão, Jon Steinberg referiu que “Vamos ter uma redação virtual ao vosso dispor. Isto para que os jornalistas digam que informação é ou não verdadeira para as eleições europeias”.

Ainda de acordo com o relato da Mashable, o responsável da Google referiu que o seu motor de busca é “um instrumento incrível que leva informação às pessoas. Algo a que, de outra forma, não conseguiriam ter acesso”.

Steinberg refere ainda que “os eurodeputados poderão, a qualquer momento, contactar os técnicos da Google”. Tudo isto para que o motor de busca possa eliminar ou, retirar o alcance de certas publicações ou meios de comunicação.

O motor de busca e as ferramentas da Google

Referindo ainda que os colaboradores deste motor de busca já estão bem preparados para o combate às fake news, deixou ainda claro que terá opções de defesa para os meios independentes.

Para as pequenas publicações que se possam sentir prejudicadas, a Google disponibiliza o seu “Project Shield”. É uma poderosa ferramenta, também ao nosso alcance.

No seu âmago, o Project Shield é um serviço gratuito que utiliza a tecnologia do Google para proteger sites de notícias e a liberdade de expressão contra ataques de negação de serviço distribuído (DDoS) na Web.

Por fim, a Google referiu que está a aplicar novos filtros e verificações de segurança para quem quer anunciar nas suas plataformas. A publicidade é a principal fonte de receita da Google e esta garantirá que não serão publicados anúncios enganosos ou geradores de desinformação.

Estes filtros serão especialmente rigorosos e sensíveis durante o período de campanha eleitoral que antecede as eleições europeias. Todas estas informações foram publicadas pela própria empresa através do seu blog oficial.

E o Facebook, o que fará?

Fazendo-se representar por Thomas Myrup Kristensen, a rede social de Mark Zuckerberg também esteve presente. De acordo com o representante do Facebook, está a ser criado um novo código de conduta para a Europa.

Por outras palavras, a rede social está a redigir novos Padrões da Comunidade, aplicáveis apenas na Europa. Ainda assim, as propostas do Facebook para o combate às fake news foram bastante vagas.

Referindo a necessidade de se educar os utilizadores para o reconhecimento e não propagação de fake news. Algo que para Kristensen se desdobra não só em artigos, mas também em fotografia e vídeo.

Sem entrar em detalhes, o representante do Facebook referiu ainda que caberá aos utilizadores a denúncia de conteúdos enganadores. Ainda assim, a tónica foi colocada na necessidade de promover a literacia digital.

Os 3 pontos de ataque às fake news pela rede social

De acordo com a Euronews, a rede social está a aplicar uma abordagem tripartida no combate às fake news. Em primeiro lugar temos a remoção de conteúdo que viole os supracitados padrões da comunidade.

Em segundo lugar, a rede social vai reduzir bastante o alcance de artigos, notícias e publicações que, apesar de não violarem os padrões da comunidade, sejam denunciadas pelos utilizadores ou cuja autenticidade não possa ser verificada.

Em terceiro lugar, a rede social quer dar mais contexto sobre a origem do material que é apresentado aos seus utilizadores. De onde vem, quando foi criada a página, quem são os seus fundadores, entre outros pontos.

O Facebook reiterou ainda que a sua equipa está a trabalhar afincadamente e sem interrupções. Ademais, a rede social reforçará com 30 mil novos colaboradores a sua equipa de fact checkers.

A rede social vincou também o reforço dos filtros aplicados aos anunciantes na sua plataforma. Estas e outras medidas foram recentemente divulgadas pelo Facebook no seu blog oficial.

Em suma, tudo se resume à literacia digital

O combate à informação falsa (fake news) está no topo das prioridades da Comissão Europeia. Uma preocupação que também é partilhada pela Google e pelo Facebook e que promete novos desenvolvimentos.

Contudo, os desafios continuam a ser múltiplos, começando pela própria natureza legal de uma notícia falsa. Esta, por muito ultrajante que possa ser, não viola as disposições legais e normativas. Por outras palavras, não é ilegal.

Em última análise, tudo dependerá da nossa literacia digital. Uma responsabilidade que não deve ser deixada para as “grandes empresas”, mas sim acatada por todo e cada um de nós.

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