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Cabos submarinos que detectam sismos? Portugal tem projeto inovador

É verdade que quando se fala em cabos submarinos associamos de imediato as telecomunicações. E é para isso que eles servem! Portugal vai em breve lançar cabos de comunicações submarinos que irão ligar Portugal continental, Açores e Madeira.

Além das comunicações, estes cabos vão ainda servir para investigação científica, como, por exemplo, deteção de sismos.


É sabido que o anel Continente-Açores-Madeira (CAM) em cabo submarino terá de ser substituído em breve, uma vez que a sua vida útil terminará entre 2024 e 2025, revela o Publico. No entanto, um conjunto de investigadores portugueses quer aproveitar a oportunidade para implementar conseguir obter um conjunto de vulnerabilidade. De acordo com o que é conhecido, o projeto de investigação “Listening to the Earth under the Atlantic” pretende também ajudar no ambiente, a perceber as alterações climáticas, na oceanografia, geofísica e sismologia.

Novo anel de cabos submarinos terá 3500 quilómetros

Segundo o Publico, o anel previsto pelo projeto será constituído por três cabos de fibra ótica, com um comprimento total de aproximadamente 3500 quilómetros (1000 quilómetros entre o continente e a Madeira, outros 1000 entre a Madeira e os Açores e 1500 entre os Açores e o continente) e um pouco menos de dois centímetros de diâmetro cada um.

Este equipamento ficará assente no fundo do mar, por vezes a mais de 5000 metros de profundidade e, estimam os especialistas, implicará um investimento de 119 milhões de euros.

Melhor internet, deteção sísmica…

O novo anel de fibra vai também uma maior velocidade nas comunicações entre Portugal Continental, ilhas e o mundo. Este sistema permitirá ainda promover a conectividade internacional do país, conferindo a Portugal “mais independência e possibilidade de escolha, com melhor qualidade e a melhores preços” ao nível das comunicações, refere José Barros (director de relações exteriores da Anacom) em declarações ao Publico.

Os novos cabos submarinos em fibra ótica poderão também vir a recolher informação do fundo do mar (como temperatura e salinidade) e a detetar vibrações sísmicas, prevendo-se ainda a instalação de “sensores de pressão para medir a coluna de água, podendo a partir de aí saber-se o período da onda e concluir-se se é um tsunami ou uma vaga normal”, diz José Barros.

Embora existam já cabos submarinos com sensores capazes de detectarem actividade sísmica, estes são reservados para esse uso exclusivo, como acontece, por exemplo, no Japão. A substituição dos cabos de comunicações submarinos foi analisada por um grupo de trabalho, criado pelo Governo em Maio de 2019, que inclui representantes dos ministros das Finanças, do Planeamento e das Infra-estruturas e Habitação, dos governos regionais dos Açores e da Madeira e da Anacom.

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