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Burlas online: 2.700 reclamações e prejuízos 500 mil euros

Desde que entramos em estado de Pandemia que o número de burlas online tem vindo a crescer significativamente. No Portal da Queixa, as burlas online já geraram mais de 2.700 reclamações ao longo de 2021, uma média de 20 queixas por dia. Os prejuízos dos lesados ascendem os 500 mil euros.

Mas quais são as burlas mais comuns em Portugal?


As burlas online são dos mais diversos tipos. Apostas desportivas, MB WAY, burlas nas redes sociais, entre outros esquemas. Neste sentido, o Portal da Queixa fez um pequeno resumo das principais burlas no mundo online.

Sistemas de pagamentos eletrónicos

Com a evolução tecnológica a garantir, cada vez mais, rapidez e flexibilidade nas transações financeiras entre particulares, as formas de pagamento digitais, foram essenciais para a sustentabilidade da economia, durante o tempo de estado de emergência na pandemia. Este novo comportamento atingiu números recordes, nunca antes visto, relativamente à utilização de meios digitais para efetuar pagamentos à distância.

No entanto, a falta de experiência – já adquirida anteriormente em meios mais tradicionais como o multibanco, o cheque e o dinheiro físico – revelou ser o tendão de Aquiles da grande maioria dos novos utilizadores destas tecnologias. A utilização de referências bancárias e as apps financeiras como a Revolut ou o MB WAY, foram as principais armadilhas para os mais incautos e com menos literacia digital. A segurança na utilização destas ferramentas digitais não está em causa, contudo, a inexperiência na sua utilização deu lugar a milhares de consumidores lesados financeiramente.

Lição: apenas utilize meios de pagamento que entenda o seu funcionamento, com a garantia que não coloca o seu património financeiro em perigo.

Forex e Apostas Desportivas

O mundo online reduz barreiras no espaço e no tempo, permitindo o acesso a informação, que de outra forma seria praticamente inalcançável por grande parte da população. Os investimentos em Forex foram um fenómeno de crescimento em Portugal, potenciado maioritariamente pelos Youtubers nacionais, com promessas de enriquecimento fácil. Infelizmente, os resultados foram desastrosos para os bolsos dos consumidores que decidiram acreditar que o risco é diminuto, quando na realidade a taxa de perda ronda os 87%, neste tipo de investimento, que só os mais experientes conseguem lucrar.

Noutro patamar, encontram-se as apostas desportivas que apenas têm em comum com o Forex, serem promovidas também pelos Youtubers e influencers nas redes sociais, neste caso com esquemas de probabilidade de ganho, que expectavelmente também se mostraram infrutíferas.

Lição: ganhar dinheiro fácil não é possível em nenhuma circunstância, principalmente quando envolve alto risco de perda. Procure investimento com menor risco e garantia de retorno e desconfie sempre de influencers que promovam a sua liberdade financeira.

SMS e Emails fraudulentos

Tem sido muito frequente a receção de mensagens eletrónicas a anunciar que foi premiado(a) num concurso ou que tem uma encomenda a aguardar o seu desalfandegamento. Todas têm uma ligação que NUNCA deve clicar, que remete para um formulário onde solicitam os seus dados pessoais e a introdução dos números do seu cartão de crédito, para o pagamento de um valor simbólico de 1€, como forma de comprovar a sua intenção e receção do produto.

No caso de ter participado num concurso organizado por uma marca conhecida no mercado, contacte-a sempre diretamente pelos seus canais digitais ou telefone e nunca através da ligação presente na mensagem. Deve proceder igualmente em conformidade, caso tenha realmente uma encomenda em expedição, solicitando mais informações aos CTT ou outro operador logístico.

Lição: nunca abra ligações desconhecidas através de SMS, pois podem conter ficheiros maliciosos para aceder a informações bancárias através do seu equipamento móvel, além de remeterem para páginas online que apenas pretendem roubar dados pessoais.

Compras online pelo Facebook ou Instagram

Grande parte da população online tem um perfil ou mais, nas redes sociais como o Facebook, Instagram, Tik Tok ou Twitter. Embora existam perfis de marcas reconhecidas no mercado, estas são verificadas e dispõem desse ícone visual normalmente ao lado do nome que aparece no perfil. Isto quer dizer que os responsáveis pela plataforma social, procederam à verificação da marca, com vista à garantia da sua veracidade.

O mesmo já não acontece com as marcas que não são conhecidas do grande público, mas que aparecem às centenas, a vender todo o tipo de produtos de vestuário, calçado desportivo, acessórios de moda, gadgets e tecnologia, etc. Estas, na sua maioria, não são empresas, são particulares que criam, com a maior das facilidades, um perfil empresarial nas redes sociais. Parecem marcas estruturadas e empresas de confiança, mas facilmente consegue-se perceber que não é bem assim. Ora vejamos, nunca têm informação de morada física, designação social, telefone fixo e raramente enviam fatura (quando enviam) com um número fiscal coletivo. Estas são as informações cruciais para exigir os seus direitos enquanto consumidor(a), caso algo corra mal.

Lição: “o barato saí caro” é perfeitamente aplicado nestes casos. Nunca decida em função do preço se não garantir a segurança necessária na compra, pois de outra forma arrisca a não receber o produto e não conseguir a exigência do reembolso.

Roubo da conta de WhatsApp

foi talvez uma das redes sociais de conversação que mais cresceu nos últimos anos. No entanto, é das que menos segurança oferece. São muitos os utilizadores que recebem mensagens ou telefonemas a referir que existe um problema com um determinado serviço (apólice de seguro, conta de eletricidade, etc.) e sob pressão na urgência para a resolução, o burlão solicita a leitura de um código recebido por SMS, durante a conversa, com vista a confirmar a intenção de obter ajuda para resolver o tal problema.

A questão é que inadvertidamente a vítima fornece o código de configuração do WhatsApp ao burlão, permitindo-o instalar a App com o número da vítima, acedendo a toda a sua informação disponível nas conversas guardadas. Além dessa fragilidade, onde normalmente existem conversas privadas, acedem também aos contactos mais próximos, como familiares e amigos, fazendo-se passar pela vítima, pedido dinheiro como se encontrassem numa situação de aflição momentânea. Quando a vítima consegue entrar em contacto com o raptor da conta, este por sua vez, exige um pagamento (normalmente em bitcoins) como forma de resgate.

Lição: nunca forneça, em circunstância alguma, códigos a terceiros que receba no seu equipamento telefónico, pois são sempre pessoais e intransmissíveis.

O Portal da Queixa é uma plataforma global de comunicação entre consumidores e marcas que foi fundada em junho de 2009. Hoje, posiciona-se como a maior rede social de consumidores do país, sendo uma referência nacional em matéria de consumo e um Marketplace de reputação para marcas.

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