Já se passaram vários dias sobre o apagão que deixou “às escuras” Portugal e Espanha. Até ao momento ainda não há certezas sobre o que terá provocado tal cenário, mas as energias renováveis apareceram como um culpado. Será que a culpa foi mesmo das energias renováveis?
Ashish Khanna descartou a responsabilidade das energias renováveis do apagão de 28 de abril
O diretor-geral da Aliança Solar Internacional, Ashish Khanna, descartou esta terça-feira a responsabilidade do apagão de 28 de abril em Espanha e em Portugal ter sido causado por problemas com energias renováveis.
Segundo referiu “Não acredito que esteja provado que os apagões em Espanha e em Portugal tenham sido causados sobretudo por programas de energias renováveis” e acrescentou que a investigação está em curso. Além disso, há publicações de prestígio que mostram que o apagão se deve a fatores mais técnicos, “especialmente relacionados com a transmissão e escoamento de energia”.
Khanna defendeu também que o armazenamento de energia e o desenvolvimento de uma infraestrutura adequada de transmissão são vitais para evitar apagões ligados aos períodos de ausência de geração de energia solar e deu como exemplo a Índia.
A Índia implementou uma proporção muito maior do que a Europa de energia solar renovável, com quase 100 gigawatts já instalados. A China está a multiplicar este número, e não há apagões causados pela energia solar. É apenas um exemplo de que não é o problema principal.
Na passada segunda-feira a REN — Redes Energéticas Nacionais aumentou o limite das importações de eletricidade de Espanha nas horas de sol e retirar as restrições em vigor para as restantes.
No dia 28 de abril de 2025, um apagão generalizado atingiu Portugal continental, Espanha peninsular, Andorra e partes do sudoeste de França, sendo considerado o mais grave dos últimos 20 anos na Europa. O corte de energia começou por volta das 11h33 em Portugal (12h33 em Espanha) e teve impacto imediato em milhões de pessoas e serviços essenciais.