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Poderá a IA prever e evitar guerras como a da Ucrânia?

Se há quem aponte que a Inteligência Artificial (IA) pode vir a desencadear conflitos, há também quem esteja a estudar formas para conseguir o oposto: prever e evitar guerras como aquela que a Ucrânia está a viver, desde 2022.


Com a emergência de chatbots verdadeiramente surpreendentes, muito se debate sobre a possibilidade de os sistemas de IA originarem conflitos. Aliás, há uns anos, o filósofo e especialista em ética da IA, Nick Bostrom, apresentou uma hipótese que sugeria que uma IA concebida para fabricar o maior número possível de clips de papel seria capaz de aniquilar a humanidade.

Recentemente, a China mostrou que Nick Bostrom talvez não estivesse muito longe da realidade: o país decidiu deixar um sistema de IA a comandar um dos seus satélites de observação e percebeu que ele se concentrou nas zonas do mundo com um historial de guerra com a China…

Seres humanos não precisam da IA para começar guerras…

Resultado de um conflito que não é recente, a invasão da Ucrânia pela Rússia aconteceu em fevereiro de 2022. À medida que o medo se espalhava pela Europa, instalava-se uma crise económica que não nos dá descanso, desde então.

De acordo com declarações de alguns cientistas à Agence France-Presse, citadas pelo Science Alert, a guerra na Ucrânia não foi o único gatilho para a investigação que estão, agora, a levar a cabo. No entanto, é um exemplo (próximo) dos eventos que a IA pode ajudar a prever e até evitar, contrariamente ao que se pensa.

… mas o mundo pode aproveitar o leque de capacidades da IA para evitar conflitos

Perante a possibilidade de a IA ser capaz de estimular conflitos suscetíveis de deflagrar guerras, no início de abril, um grupo de 30 cientistas reuniu-se, em Genebra, para discutir a utilização da IA na sua antecipação.

Nesse primeiro encontro, os cientistas focaram-se, essencialmente, na identificação de fatores que permitiriam à IA antecipar acontecimentos. Até ao final do ano, juntar-se-ão mais duas vezes, em Genebra e Nova Iorque, para dar seguimento aos trabalhos.

No final, o grande objetivo passa por desenvolver um algoritmo capaz de prever conflitos com anos ou até mesmo décadas de antecedência. Isto é, um sistema capaz de analisar os movimentos dos líderes e, com base na experiência deixada pelo passado, explorar os comportamentos que poderão conduzir a confrontos.

Os cientistas estão conscientes das barreiras e do quão complexo terá de ser o seu sistema de IA, a ponto de prever conflitos motivados por líderes que, ao dia de hoje, por exemplo, poderão ainda nem o ser. Contudo, o objetivo é claro e a sua exploração já começou.

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