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Pode a IA definir as taxas de juro? BIS alerta para o profundo impacto da tecnologia

Para o Banco de Compensações Internacionais (em inglês, BIS), os bancos centrais devem aproveitar os benefícios da Inteligência Artificial (IA), mas importa manter a consciência de que a tecnologia não deve substituir os humanos quando se trata de fixar as taxas de juro.


O Banco de Compensações Internacionais ou Banco de Pagamentos Internacionais, conhecido por BIS – Bank for International Settlements, é uma organização internacional responsável pela supervisão bancária. Esta visa “promover a cooperação entre os bancos centrais e outras agências na procura pela estabilidade monetária e financeira”. Atualmente, O BIS tem oito projetos a envolver a IA.

De acordo com a Reuters, no seu primeiro grande relatório sobre o rápido avanço da IA, o grupo de bancos centrais disse que os decisores políticos precisam de aproveitar o seu imenso poder de monitorizar os dados em tempo real, por forma a “aperfeiçoar” as suas capacidades de previsão da inflação.

Na perspetiva de Cecilia Skingsley, uma funcionária de topo do BIS, os novos modelos de IA deverão reduzir o risco de uma repetição, embora a sua natureza não testada e o facto de poderem “alucinar” signifiquem que não se devem tornar robôs de avaliação.

Gostamos de responsabilizar os seres humanos […] Por isso, não consigo ver um futuro em que uma IA estará a definir as taxas (de juro).

Afirmou a antiga presidente do banco central sueco, referindo-se ao papel crucial que os custos dos empréstimos desempenham na sociedade e à necessidade de discernimento humano.

Também Hyun Song Shin, chefe de pesquisa e principal consultor económico, disse que, apesar de a IA poder ajudar a encontrar agulhas em palheiros e detetar vulnerabilidades nos sistemas financeiros, não convém encará-la como “algo mágico”.

O BIS antecipa que a IA poderá remodelar radicalmente os mercados de trabalho, impactando a produtividade e o crescimento económico. Aliás, a sua adoção generalizada poderá fazer com que as empresas ajustem os preços mais rapidamente em resposta a alterações macroeconómicas, com repercussões na inflação.

Esta organização internacional responsável pela supervisão bancária advertiu, ainda, para os riscos da IA, que promoverá novos tipos de ataque cibernético, além de amplificar os que já existem.

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