Está dado mais um passo na dura luta contra cancro e com recurso à tecnologia mais avançada. Com recurso a uma ferramenta de Inteligência Artificial, uma equipa de investigadores na Escócia conseguiu identificar sinais de cancro da mama num estágio bastante inicial da doença. Um sinal de esperança.
IA ajuda a detetar cancro da mama
Um novo teste pode detetar o cancro da mama no seu estágio mais precoce, utilizando rastreio por laser e inteligência artificial. Mais rápido e não invasivo, este método de diagnóstico procura mudanças subtis na corrente sanguínea que ocorrem durante as fases iniciais do cancro da mama, conhecidas como estágio 1ª. São alterações que não são detetáveis com os testes existem.
A investigação inovadora é da responsabilidade de uma equipa da Universidade de Edimburgo, na Escócia, para quem este novo método, descrito num estudo publicado no Journal of Biophotonics, pode melhorar a deteção precoce da doença e abrir caminho para um teste de rastreio para múltiplos tipos de cancro.
A maioria das mortes por cancro ocorre após um diagnóstico tardio, quando os sintomas já se tornaram aparentes.
O diagnóstico precoce é essencial para a sobrevivência a longo prazo, e finalmente temos a tecnologia necessária. Só precisamos de aplicá-lo a outros tipos de cancro e construir uma base de dados antes que este teste possa ser utilizado como uma ferramenta de diagnóstico para múltiplos cancros.
Referiu Andy Downes, o investigador que liderou o estudo.
No ano passado, um estudo realizado no Reino Unido revelou que a maioria das mulheres diagnosticadas com cancro da mama em estágio inicial pode agora esperar tornar-se “sobreviventes a longo prazo”, graças às melhorias no tratamento e nos cuidados de saúde.
Atualmente, os testes para cancro da mama incluem exames físicos, radiografias, ecografias ou biópsias, e a deteção precoce depende do rastreio em grupos de risco.
Como funciona o novo teste
O novo teste funciona ao direcionar um feixe de laser para o plasma sanguíneo colhido de pacientes. Os resultados são analisados para revelar pequenas alterações na composição química das células e tecidos, que são indicadores iniciais da doença.
A inteligência artificial (IA) é então utilizada para interpretar os resultados. Num estudo piloto envolvendo 12 amostras de pacientes com cancro da mama e 12 controlos saudáveis, a técnica foi 98% eficaz na identificação do cancro da mama no estágio 1a.
O teste também conseguiu distinguir entre os quatro principais subtipos de cancro da mama com uma precisão superior a 90%, o que, segundo a equipa, pode permitir que os pacientes recebam tratamentos mais eficazes e personalizados.
A técnica do laser já foi usada em rastreios de outros tipos de cancro, como o cancro do intestino, mas esta é a primeira vez que está a ser aplicada como uma ferramenta de diagnóstico precoce.
Assim sendo, este avanço representa um marco significativo na luta contra o cancro, oferecendo um método menos invasivo e altamente preciso para a deteção precoce da doença.