Com a IA cada vez mais presente, é normal que esta acabe a gerar conteúdos e a gerir como este é partilhado em todos os locais da Internet. A Meta, com a sua IA própria, quer agora alimentar as suas redes sociais. Para isso, vai o inundar Instagram e Facebook com personagens virtuais gerados por IA.
Inundar Instagram e Facebook com IA
A Meta deu uma volta radical à sua estratégia de inteligência artificial com um plano que transformará as suas redes sociais nos próximos anos. A empresa prepara a implantação massiva de bots que terão perfis próprios no Instagram e no Facebook, uma iniciativa que começou em julho nos Estados Unidos, como revelou Connor Hayes, vice-presidente de produto de IA generativa.
Conforme noticiado pelo Financial Times, a prioridade da Meta para os próximos dois anos é tornar as suas aplicações mais divertidas e atrativas através destas interações com a IA. As personagens virtuais terão fotos de perfil e biografias, além de poderem gerar e partilhar conteúdos nas plataformas, embora por enquanto a maioria dos utilizadores mantenha as suas criações privadas.
O compromisso da Meta com a IA não é uma coincidência, uma vez que mais de 500 milhões de pessoas utilizam atualmente as suas ferramentas de inteligência artificial. Esta tecnologia vai revolucionar como o conteúdo é criado, permitindo videochamadas em direto com avatares que imitam o estilo dos criadores e a geração de vídeos via comandos de texto a partir de 2024.
Meta vai criar personagens virtuais
A corrida para integrar a IA generativa nas redes sociais já está em curso. O Snapchat registou um aumento de 50% ano após ano nas visualizações das suas lentes de IA, enquanto o TikTok testa o Symphony para publicidade. A Meta procura diferenciar-se ao permitir que os criadores personalizem os seus avatares virtuais e estabeleçam limites nos tópicos que podem abordar.
No entanto, os especialistas alertam para potenciais riscos. Becky Owen, ex-chefe da equipa de inovação de criadores da Meta, salienta que o Facebook já foi multado em 41 milhões de euros por problemas de gestão de dados, e agora as contas alimentadas por IA podem amplificar a desinformação sem as devidas salvaguardas.
A principal preocupação reside na autenticidade do conteúdo. As personagens virtuais carecem de experiências vividas e emoções reais, o que poderá saturar as plataformas com material de baixa qualidade e afetar o trabalho dos criadores humanos. Para responder a estas preocupações, a Meta estabeleceu regras que exigem uma marcação clara dos conteúdos gerado pela IA, embora ainda não se saiba se estas medidas serão suficientes para manter a qualidade e a confiança do utilizador.