A tecnologia permite-o e, com o avanço, permiti-lo-á de forma cada vez mais fidedigna. Se a cultura tem esta questão como fraturante, Tom Hanks não exclui a possibilidade aparecer em grandes ecrãs, após a sua morte.
Numa altura em que muito se fala de Inteligência Artificial (IA) e do facto de a propriedade intelectual dos criativos estar a ser posta em cheque, Tom Hanks vem acalmar as águas e, de forma descansada, revela que não exclui a possibilidade de continuar a “trabalhar”, após a sua morte.
Tendo em conta o avanço tecnológico e os recursos visuais de que a indústria dispõe, é possível que aqueles que queiram, como é o caso de Tom Hanks, consigam aparecer em grandes produções para sempre.
Isto é algo que é literalmente parte integrante do que está a acontecer na arena dos direitos de propriedade intelectual. Eu podia ser atropelado por um autocarro amanhã e pronto, mas as interpretações podiam continuar e continuar.
Disse o ator e cineasta americano, durante um episódio do podcast The Adam Buxton.
Embora seja um sonho americano arrojado, este de manter as grandes estrelas de Hollywood nos ecrãs do mundo, mesmo após a sua morte, “outros valores mais altos se alevantam”. Nomeadamente, éticos e morais.
Esta possibilidade é, legalmente, espinhosa. Conforme opinou Tom Hanks, trata-se de “um desafio artístico, mas também de um desafio legal”.
Há discussões em todos os sindicatos, todas as agências e todos os escritórios de advogados para discernir as ramificações legais do meu rosto e da minha voz. E de toda a gente.
Em relação ao público, considera que “haverá pessoas muito interessadas em saber o que é autêntico e o que não é, bem como muitas que não se importam”.
A contrariar a perspetiva de Tom Hanks está a de atores como Michael Douglas e Keanu Reeves. Segundo o Xataka, estes já manifestaram o seu receio relativamente ao uso indiscriminado da IA e à possibilidade de os direitos de imagem serem desmerecidos.