O National Intelligence Service (NIS) da Coreia do Sul acusou a DeepSeek de recolher dados pessoais “excessivamente” e de utilizar todos os dados introduzidos para treinar a sua Inteligência Artificial (IA).
A par da acusação de recolha excessiva de dados, o NIS da Coreia do Sul informou ter enviado um aviso oficial às agências governamentais, na semana passada, aconselhando-as a tomar precauções de segurança relativamente à DeepSeek. Na sequência desses avisos, alguns ministérios da Coreia do Sul bloquearam o acesso à plataforma.
Ao contrário de outros serviços de IA generativa, foi confirmado que os registos de conversação são transferíveis, uma vez que [o chatbot] inclui uma função para recolher padrões de input de teclado que podem identificar indivíduos e comunicar com servidores de empresas chinesas.
Afirmou o NIS, num comunicado, no domingo, dizendo que a DeepSeek permite que os anunciantes acedam, de forma ilimitada, aos dados dos utilizadores.
No mesmo comunicado, o NIS afirmou que a DeepSeek armazena os dados dos sul-coreanos em servidores chineses e recordou que a lei chinesa permite que o Governo da China aceda a essas informações quando solicitado.
Respostas do modelo de IA da DeepSeek inquietam a Coreia do Sul
Segundo o NIS da Coreia do Sul, a IA da DeepSeek deu respostas diferentes a perguntas potencialmente sensíveis em diferentes línguas.
Uma das perguntas citadas está relacionada com a origem do kimchi – um prato picante e fermentado muito comum na Coreia do Sul.
⚠️ Quando questionada em coreano, a IA disse que kimchi era um prato coreano, mas, quando a mesma pergunta foi feita em chinês, a IA disse que o prato era chinês.
As respostas dadas pela IA da DeepSeek foram confirmadas pela Reuters.
Aparentemente, a origem do kimchi tem sido, por vezes, uma fonte de discórdia entre sul-coreanos e utilizadores chineses das redes sociais.
A DeepSeek foi ainda acusada de censurar respostas a questões políticas, nomeadamente relacionadas com a repressão na Praça Tiananmen, em 1989.