O mundo da tecnologia tem conhecido fervorosas novidades e os utilizadores estão tão surpreendidos, quanto assustados, com aquilo que dela poderemos tirar. Para Bill Gates, estamos perante a segunda revolução tecnológica: a era da Inteligência Artificial (IA).
Na minha vida, vi duas demonstrações de tecnologias que me pareceram revolucionárias.
Numa publicação, Bill Gates partilhou aquelas que foram, para si, as verdadeiras revoluções tecnológicas. A primeira, em 1980, foi a interface gráfica do utilizador, que abriu caminho ao Windows e a outros sistemas semelhantes; a segunda, revelou, foi o ChatGPT, em 2022.
Na opinião do filantropo, a “era da IA já começou” e será capaz de reduzir “algumas das piores desigualdades do mundo”, bem como servir de motor em muitas outras áreas:
O desenvolvimento da IA é tão fundamental quanto a criação do microprocessador, do computador pessoal, da Internet e do telemóvel. Irá mudar a forma como as pessoas trabalham, aprendem, viajam, recebem cuidados de saúde e comunicam umas com as outras. Indústrias inteiras irão reorientar-se em torno dela. As empresas distinguir-se-ão pela forma como a utilizam.
Escreveu Bill Gates, nomeando campos como a educação, as alterações climáticas, a melhoria da produtividade e os cuidados de saúde. Neste último, espera que a IA contribua, particularmente, para a descoberta de novas vacinas e medicamentos, e para a deteção de doenças.
Nem tudo na tecnologia são rosas
Apesar de ter indicado que estamos perante aquela que é, para si, a segunda revolução tecnológica, Bill Gates não deixou os riscos e os problemas da IA de lado. Os erros que a tecnologia ainda comete são, por muitos, apontados como um significativo problema. Contudo, o empresário acredita que “veremos a grande maioria deles corrigidos em menos de dois anos, e possivelmente muito mais rapidamente”.
Por outro lado, crê que os riscos estão, essencialmente, associados à má utilização da IA e que, por isso, “os governos devem trabalhar com o setor privado” para os limitar.
Para tirar o máximo proveito desta nova e extraordinária tecnologia, teremos de nos precaver contra os riscos e estender os seus benefícios ao maior número de pessoas possível.
Explicou, acrescentando que a IA ainda não controla o mundo físico e que não pode estabelecer os seus próprios objetivos. Portanto, embora as “inteligências artificiais superinteligentes estejam no nosso futuro”, “nenhum dos avanços dos últimos meses nos aproximou substancialmente de uma IA forte”.
O empresário terminou a sua reflexão, assegurando que a era da IA está repleta de “oportunidades e de responsabilidades”.