A disputa legal entre Elon Musk e a OpenAI, empresa que ajudou a fundar, intensificou-se com a intervenção de antigos membros da organização. Um grupo de ex-colaboradores manifestou formalmente o seu apoio a Musk, alinhando com as suas preocupações sobre o rumo da startup de inteligência artificial (IA).
Antigos funcionários da OpenAI formalizam apoio a Elon Musk
Um conjunto de 12 antigos funcionários da OpenAI, incluindo investigadores e especialistas em políticas como Gretchen Krueger, Daniel Kokotajlo e Richard Ngo, submeteu um documento judicial em suporte ao processo movido por Elon Musk contra a liderança atual da empresa.
Conforme noticiado pelo TechCrunch, este grupo argumenta que a alegada reorientação da OpenAI para objetivos comerciais representa um desvio da sua missão fundadora e coloca em risco o desenvolvimento seguro e benéfico da inteligência artificial geral (AGI, originalmente).
Os assinantes alertam que a reestruturação, nomeadamente a aproximação a um modelo mais focado no lucro, poderá levar à negligência de protocolos de segurança e transparência essenciais, em detrimento da rápida comercialização de produtos para ganhar quota de mercado.
O documento enfatiza que a estrutura de governação original, com a entidade sem fins lucrativos a supervisionar as operações comerciais, era fundamental.
A missão original da empresa e as preocupações com a segurança
O documento legal apresentado pelos ex-colaboradores sustenta que o modelo de governação inicial da OpenAI, que conferia à organização-mãe sem fins lucrativos controlo sobre as suas subsidiárias com fins lucrativos, foi um pilar essencial para atrair talento e cultivar a confiança interna.
Estes compromissos foram levados muito a sério dentro da empresa.
Declaram, referindo-se a documentação interna e atas de reuniões que comprovam a centralidade desta estrutura. Além disso, afirmam que a OpenAI se comprometeu, no seu documento constitutivo, a seguir princípios chave para cumprir a sua missão de garantir que a AGI beneficie toda a humanidade.
Estas alegações ecoam as preocupações levantadas durante a polémica de 2023 que resultou no afastamento temporário de Sam Altman, quando o cofundador e cientista-chefe Ilya Sutskever o acusou de priorizar o crescimento e o lucro em detrimento da segurança, citando a parceria com a Microsoft e a procura de financiamento externo.
Resposta da OpenAI
Perante estas movimentações, um porta-voz da OpenAI assegurou que a entidade sem fins lucrativos “não vai a lado nenhum” e que a missão da organização permanece “inalterada”.
A empresa de IA defende que o seu modelo atual é uma estrutura híbrida, semelhante à adotada por outras entidades no setor, como a Anthropic ou a xAI, combinando a missão fundadora com a necessidade de recursos substanciais para a investigação e desenvolvimento.
O processo original de Elon Musk, iniciado no começo do ano, acusa a OpenAI de abandonar a sua missão fundadora sem fins lucrativos. Musk solicitou uma ordem judicial para travar futuras alterações estruturais. Embora um juiz tenha negado o pedido de suspensão imediata, o caso prosseguirá para julgamento com júri, previsto para a primavera de 2026.
Em resposta, a OpenAI apresentou um contra-processo, acusando Musk de orquestrar uma campanha de desinformação e assédio através do X e de agir de má-fé para prejudicar a empresa, alegando ainda que o magnata tentou, no passado, assumir o controlo da OpenAI e fundi-la com a Tesla numa entidade puramente comercial.
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