Ainda não conhecemos todas as potencialidades da Inteligência Artificial (IA), mas já sabemos muito do que é capaz de fazer, no presente. Ainda assim, em tom de especulação, há quem vá lançando alertas. Por exemplo, em dois anos, a tecnologia poderá ajudar a produzir armas mortais.
Durante uma entrevista à TalkTV, o conselheiro do primeiro-ministro britânico, Matt Clifford, explorou o potencial da IA para criar armas cibernéticas e biológicas perigosas, que poderiam causar muitas mortes.
Atualmente, Matt Clifford é presidente da Advanced Research and Invention Agency (ARIA), no Reino Unido, e está a servir como conselheiro do primeiro-ministro, Rishi Sunak, para o desenvolvimento da Foundation Model Taskforce. Esta concentrar-se-á na investigação de modelos linguísticos de IA, como o ChatGPT e o Google Bard.
Na perspetiva de Clifford, os computadores vão ultrapassar a inteligência humana, em dois anos, e a IA poderá vir a estar na origem de avanços que “matarão muitos humanos”.
Penso que existem muitos tipos diferentes de riscos com a IA e, muitas vezes, na indústria, falamos de riscos a curto e a longo prazo, e os riscos a curto prazo são realmente bastante assustadores.
Hoje em dia, é possível utilizar a IA para criar novas fórmulas para armas biológicas ou para lançar ataques cibernéticos em grande escala. São coisas más.
O tipo de risco existencial […] é […] sobre o que acontece quando efetivamente criamos uma nova espécie, uma inteligência que é maior do que os humanos.
Durante o programa First Edition, na segunda-feira, perguntaram a Clifford qual a percentagem que daria à hipótese de a humanidade ser dizimada pela IA.
Penso que não é zero.
Se voltarmos a coisas como as armas biológicas ou os ciberataques, podemos ter ameaças realmente muito perigosas para os seres humanos, que podem matar muitos seres humanos.
Explicou o conselheiro do primeiro-ministro britânico, sublinhando que, para já, o importante é “garantir que sabemos como controlar estes modelos, porque neste momento não sabemos”.
Apesar de também considerar que a IA pode ser utilizado para fins positivos e facilitadores, Clifford acredita que ela deve ser regulamentada, globalmente.