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Yahoo revelou e-mail e jornalista acabou preso!

Um jornalista chinês preso sob a acusação de revelar segredos de Estado juntou-se a um processo nos EUA contra a Yahoo, por ter fornecido informações a Pequim que levaram à sua prisão, revelou hoje a mãe.

Segundo a agência Lusa, Shi Tao, que foi condenado em 2005 a 10 anos de prisão, pretende agora ser indemnizado pela empresa de Internet, sedeada em Sunnyvale, na Califórnia, porque a Yahoo Hong Kong e a Yahoo China terão fornecido informações às autoridades chinesas que levaram à prisão do jornalista.

Shi, antigo redactor da publicação financeira Contemporary Business News, foi preso sob a acusação de ter fornecido segredos de Estado a estrangeiros.A condenação baseou-se num e-mail que Shi terá enviado e que continha os seus comentários a uma circular governamental de restrições aos média.

A Yahoo reconhece ter fornecido os dados ao Governo chinês, sob a alegação de que os seus funcionários sofreriam sanções civis e criminais se ignorassem as leis locais, negando, no entanto, que a Yahoo Hong Kong estivesse envolvida.

O processo judicial de Shi, apresentado a 29 de Maio no tribunal de Washington, integra-se num outro, anterior, requerido pela secção dos EUA da Organização Mundial para os Direitos Humanos, contra a Yahoo Inc., a sua subsidiária em Hong Kong e a Alibaba.com Inc., uma associada da Yahoo que gere a Yahoo China, com base em leis federais contra as violações do direito internacional.

A mãe de Shi, Gao Qingsheg, insistiu no domingo que o seu filho está inocente e que a família o apoiará nas acções legais.

«Estou certa de que o meu filho está inocente. Lutaremos até ao fim. Processámos a Yahoo não por causa de Shi Tao, mas para evitar que mais pessoas inocentes sejam perseguidas no futuro», disse Gao numa conferência de imprensa em Hong Kong.

Gao, de 61 anos, esteve na semana passada na África do Sul para receber o prémio anual Golden Pen of Freedom (Caneta de Ouro da Liberdade), em representação do seu filho. No regresso, parou em Hong Kong, onde se encontrou com o deputado Albert Ho, que no ano passado tinha apresentado queixa sobre o caso ao comissário da cidade para os assuntos da privacidade.

Na ocasião, o comissário de Hong Kong declarou não ter encontrado provas suficientes de que a Yahoo Hong Kong tivesse violado normas de privacidade que levassem à prisão de Shi.

São também queixosos, no processo que corre nos EUA, o dissidente preso Wang Xiaoning e a sua mulher, Yu Ling.

Wang Xiaoning foi condenado em Setembro de 2003 sob a acusação de «incitamento à subversão do poder do Estado», uma norma de contornos vagos a que o Partido Comunista Chinês costuma recorrer para punir os seus críticos políticos.

O Governo chinês disse que Wang tinha distribuído escritos pró-democracia da sua autoria e de outros, enviando e-mails através da Yahoo Groups, uma comunidade de correspondência online.

Fonte: Portugal Diário

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