As acusações que alguns críticos vinham a fazer, que o Windows 8 seria o novo Windows Me, estão cada vez mais longe da realidade, passam já para o lado da maldade.
Actualmente, após algumas semanas no mercado, o Windows 8 já bate o Windows 7 e estabelece novos recordes de vendas.
O Windows 8 foi, sem sombra de dúvida, um redesenho incrivelmente corajoso da parte no Microsoft. Esta alteração da usabilidade, tornando a interface mais sensível ao toque e mais adaptada ao dedo do utilizador foi um passo em grande. Com esta alteração a Microsoft trouxe também uma interface gráfica mais rica, um sistema operativo todo ele mais ambicioso, com mais charme.
Embora esta mudança fosse imposta pelo rumo que o mercado dos sistemas operativos tomou, não deixou de ser penoso inicialmente para a Microsoft que, ao apresentar o novo conceito do Windows 8, levou com imensas críticas.
Muitos dos mais pragmáticos pensadores do mundo da tecnologia interrogaram-se se não teria sido demais, se com a introdução da sua loja de aplicações, a Marketplace, não teria havido um desrespeito para com os programadores que sempre acompanharam a Microsoft ao longo de décadas.
Mas parece que a Microsoft fez a aposta certa. A gigante do software anunciou hoje que o primeiro mês de vendas do Windows 8 correu muito bem e superou as 40 milhões de licenças. A notícia deixada no blog da empresa conta que pelo facto de ter havido uma baixa taxa de actualizações, a venda das licenças superou já o Windows 7.
O Windows 8 é o primeiro sistema operativo da Microsoft para a transição, isto é, é o primeiro com uma distribuição essencialmente online. Essa mudança não pareceu afectar negativamente as vendas. A par disso, a Microsoft faz saber que mesmo a sua loja online está em franco crescimento.
Segundo Brandon LeBlanc, gestor de comunicações da Microsoft…
There were more apps in the Windows Store at launch than any other app store at their launch and since then, the number of apps in the Windows Store has doubled. A number of apps in the Windows Store have crossed the $25,000 revenue mark and the developer keeps 80% of the revenue they make off downloads for the life of their app. A lot of great new apps have been added to the Windows Store since launch such as CBS, ABC News, ABC Family, Engadget, Flixster, OWN (Oprah Winfrey Network), Vimeo and my (current) personal favorite – Top Gear.
Uma loja de aplicações forte é uma boa notícia para a Microsoft. Este serviço da Microsoft oferece uma divisão de receitas mais favorável do que os seus concorrentes, como a Apple Inc. (AAPL) ou o Google Inc. (GOOG). No sistema da Microsoft os programadores ficam com 80% da receita. Aqui ainda há trabalho a fazer, por parte da Microsoft, que ainda está a limar arestas, pois deverá incrementar na loja a sua oferta de software, tal como a receita aumentará quando as vendas do Windows passarem para essa rubrica.
Com esta nova filosofia, a Microsoft encurta a linha comercial, isto porque passa a não contar com o distribuidor intermédio para onde ia uma boa fatia do lucro, tal como faz a Apple e a Google.
Com o ecossistema a formar-se e olhando para o futuro, a Microsoft tem ainda uma série de questões por responder, principalmente na parte da liderança. O Windows 8 foi a criação do já extinto departamento de Steven Sinofsky. As suas peugadas estão a ser preenchidas por responsáveis intermitentes nos cargos, Tami Reller, Julie Larson-Green e o próprio Steve Ballmer.
As profundas divisões entre aqueles que amam o Windows 8 e os que o odeiam, poderiam sugerir que as vendas pudessem cair para lá do que foi o Windows 7. Mas, dado o sucesso já modesto, e dada a pressão “de vida ou morte” da Microsoft, esta tem de mostrar uma plataforma coesa, moderna e que possa responder a desafios já num futuro próximo.
O Windows 8 não é perfeito, certamente, e como dizem, “haters gonna hate”. E isso é certamente a verdade do Windows 8. Mas é melhor ser odiado por inovação do que criticado por falta dela. [via dailytech]