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Wi-Fi grátis? Cuidado com os termos de utilização do serviço

Grande parte dos serviços, aplicações e ferramentas que usamos necessitam da aceitação dos termos e condições de utilização que poucos utilizadores efetivamente lêem.

Numa experiência realizada no Reino Unido, várias pessoas aceitaram ter Wi-Fi grátis em troca de serviço comunitário, sem se aperceberem.


Sempre que vamos instalar algo, utilizar uma aplicação, concorrer a um concurso, entre muitas outras situações, existe sempre um elemento que poucos utilizadores dão importância e que colocam um visto sem ler, os termos e condições de utilização.

Teoricamente, nos termos de utilização, as empresas colocam todas as cláusulas que um utilizador tem de cumprir para poder usufruir do serviço, passatempo ou produto que pretende. No entanto, frequentemente, estes termos são usados para despejar uma quantidade enorme de condições que vão muito além do que é necessário para aquela situação, aproveitando-se para captar dados dos utilizadores ou mesmo outras regalias.

De forma a consciencializar as pessoas para o problema da não leitura dos termos e condições, uma empresa britânica realizou uma experiência para analisar quantos utilizadores estariam a ler os seus.

E se para usufruir do Wi-Fi grátis, aceitasse fazer serviço comunitário?

A Purple, uma empresa britânica que se dedica a implementar sistemas de Wi-Fi grátis, decidiu fazer uma experiência para perceber quantos utilizadores estariam a ler as suas condições e serviços quando aceitam aceder a uma rede grátis de Wi-Fi.

Para isso, inseriu uma cláusula onde indicava que o utilizador, ao aceitar os termos, aceitava também fazer 1000 horas de serviço comunitário, chegando mesmo a descrever o tipo de serviço para que podiam ser chamados: Limpeza de dejetos animais nos parques, dar abraços a cães e gatos de rua, limpar casas de banho em festivais ou locais públicos, pintar carapaças de caracóis ou mesmo tirar tampas de esgotos manualmente.

De forma a premiar os utilizadores que lessem os termos, a Purple oferecia um prémio a quem detetasse esta nova cláusula.

Como resultado desta experiência, 22.000 pessoas assinaram os termos que as obrigaria a fazer 1000 horas de serviço comunitário, tendo apenas uma pessoa descoberto a cláusula.

Qual o problema? Pessoas desatentas ou falta de regulamentação?

Sobre esta experiência, Gavin Wheeldon, CEO da Purple, afirmou que os utilizadores deveriam ler os termos de utilização antes de aceitar utilizar um serviço, sob pena de não saberem o que estão a aceitar e que dados e permissões estão a entregar às empresas.

Com esta experiência, além de tentar consciencializar os utilizadores para a leitura dos termos e condições, a Purple pretende evidenciar ainda outro problema, a falta de regulamentação na redação destes termos. Havendo um vazio legal neste ponto, as empresas aproveitam para inserir as clausulas que querem, muitas vezes criando textos enormes e de difícil compreensão, fazendo com que o utilizador tenha de perder um longo período de tempo a analisar o texto antes de poder usufruir do que pretende.

Costuma ler os termos e condições dos serviços?
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