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WhatsApp, uma arma eleitoral sem lei no Brasil

As redes sociais podem decidir eleições, mesmo que sejam presidenciais e isso mude todo um país. Há exemplos recentes, como o tão badalado caso das presidenciais nos Estados Unidos, com a eleição de Donald Trump, e outros exemplos que vamos descobrindo um pouco por todo o mundo. Tudo isto parece garantir que “VALE A PENA investir em fake news” em favorecimento de uma eleição.

No Brasil temos mais um exemplo a fazer eco por todo o mundo. Empresários pró-Bolsonaro são descobertos num esquema que envolve milhões de mensagens no WhatsApp.


WhatsApp – 12 milhões de reais para fabricar “fake news”

As eleições presidenciais no Brasil estão a tomar um rumo para lá de tudo o que já assistimos, em atos eleitorais anteriores. Nesta segunda volta, aumentam as acusações entre os partidos. Agora, uma investigação do jornal brasileiro Folha de São Paulo revelou que há empresas a contratar serviços de envio de mensagens, fake news, através da rede WhatsApp.

Serão centenas de milhões de mensagens e notícias falsas contra o candidato presidencial do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, num esforço para beneficiar Jair Bolsonaro. Estas ações decorrem agora na segunda volta das eleições e a poucas semanas do ato eleitoral, marcado para o dia 28 de outubro, mas as evidências de fake news a correr na rede social já existiam aquando da primeira volta.

 

Vale tudo no Brasil? Depende do preço!

Segundo a publicação brasileira, as empresas que apoiam o candidato Jair Bolsonaro (PSL) compraram um serviço chamado “disparo em massa”, usando a base de dados de utilizadores do próprio candidato ou bases de dados que são vendidas por agências de estratégia digital.

Este tipo de procedimento é ilegal. Segundo a legislação eleitoral, estas práticas estão proibidas, só é permitida a utilização das listas de apoiantes do próprio candidato (números cedidos de forma voluntária).

Entre as empresas sob suspeita está a Havan, cujo proprietário Luciano Hang é um conhecido apoiante de Bolsonaro. Há mesmo imagens em vídeo que mostram Hang a coagir os seus funcionários a votar no candidato de extrema-direita.

As informações revelam também que foram cerca de 12 milhões de reais (quase três milhões de euros) aplicados no esquema.

 

Partido Trabalhista PT avança com pedido de investigação

A senadora do PT, Gleisi Hoffmann, avançou já com um pedido de investigação judicial no Tribunal Superior Eleitoral para averiguar o suposto abuso de poder económico e político e uso indevido de meios de comunicação.

Hoffmann classificou este esquema como uma “fábrica de mentiras” de Bolsonaro, cita a Folha de São Paulo.

Isso mostra que a onda que se teve não foi uma onda de convencimento do eleitorado pelas causas ou pela proposta do candidato, mas foi construída nos subterrâneos da Internet.

Referiu a senadora.

O esquema usado é grande, recorre a ferramentas que geram números de telefone estrangeiros, criam grupos temáticos dentro do WhatsApp e constroem uma arma de disparo em massa de mensagens falsas com o intuito de prejudicar um candidato em favorecimento de outro. Fala-se já em organização criminosa a atuar nestas eleições.

Espero que a democracia resista ao que está a acontecer.

Fernando Haddad

 

E as Fake News do Partido Trabalhista PT?

Não é só o partido liderado por Bolsonaro que está a ser alvo de acusações de uma campanha formada por notícias falsas. São várias as fontes que indicam que nas redes sociais circulam também campanhas pró-PT pagas pelo partido para descredibilizar o seu concorrente às eleições.

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