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Investigadores portugueses criam tecnologia baseada no bater do coração

Não é novidade para ninguém que a tecnologia pode ser uma forte aliada da área da saúde. A quantidade de gadgets inteligentes que têm chegado ao mercado mostram que as empresas tecnológicas estão atentas à área da saúde e isso é bom para todos nós.

Em Portugal também se trabalha em tecnologias ligadas à saúde e uma das mais recentes novidades chega de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).


Uma nova abordagem tecnológica baseada no som dos batimentos cardíacos, que permite a monitorização contínua das doenças do coração em casa, é o que propõe uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia de Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

Esta investigação é liderada por Paulo de Carvalho, especialista em informática clínica que, com a colaboração de três médicos, desenvolveu uma tecnologia de baixo custo e não invasiva em que o som cardíaco é a chave de acesso a um conjunto de informação necessária para caracterizar e avaliar o funcionamento do coração.

Basicamente, a partir do som do batimento cardíaco, «obtido com recurso a pequenos sensores, desenvolvemos um algoritmo [software] que permite extrair automaticamente os denominados tempos sistólicos do coração e estimar o débito cardíaco», refere o docente do Departamento de Engenharia Informática da FCTUC.

Há dois tempos sistólicos que são fundamentais para a avaliação do estado de saúde do coração: o período de pré-ejeção (PEP), que funciona como comando para o coração contrair (uma espécie de “motor de arranque”), e o período de ejeção – o tempo que o ventrículo esquerdo está contraído para ejetar o sangue para a aorta.

Com os dados obtidos durante esta dinâmica cardiovascular, a tecnologia desenvolvida pelos investigadores da FCTUC avalia continuamente a função cardíaca fornecendo aos cardiologistas o relatório sobre a situação do doente. Para tal, o sistema integra três componentes, designadamente sensores, que podem ser colocados, por exemplo, no vestuário; um telemóvel que agrega os sinais provenientes dos sensores e um servidor que armazena a informação.

A grande vantagem desta tecnologia é permitir..

o seguimento permanente de vários tipos de patologias cardiovasculares, em particular a insuficiência cardíaca, em ambulatório. Não estamos a inventar informação nova, já que a auscultação sempre foi e continua a ser uma fonte de informação extremamente relevante no diagnóstico e prognóstico médico, sobretudo em cardiologia, apenas encontrámos uma nova solução para fornecer ao clínico informação que ele já percebe. Ou seja, descobrimos uma forma de obter em casa informação que até agora só era possível adquirir no hospital. Com esta tecnologia, o doente tem um acompanhamento constante e de longo prazo no conforto do seu lar

sublinha Paulo de Carvalho.

A solução – que está pronta a entrar no mercado, assim a indústria a pretenda implementar – foi desenvolvida no âmbito do projeto “SoundForLife”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), e testada em doentes internados no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e em pessoas saudáveis (grupo de controlo).

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