Pplware

Serão os Galaxys da Samsung fruto de mão-de-obra infantil?

Segundo uma auditoria recente feita a um único fornecedor da Samsung na China, a resposta poderá ser sim!

Ao contrário do que a empresa sul-coreana mostrou no seu Relatório Anual de Sustentabilidade de 2014, onde enumerou uma vasta lista de práticas de emprego ilegais, mas sem registo de qualquer prática de trabalho infantil por parte dos seus fornecedores chineses, a verdade é que apenas com uma auditoria realizada, a China Labor Watch detectou que em períodos de aumento da procura por dispositivos da Samsung são empregadas crianças para trabalharem cerca de 11 horas diárias.

As condições de trabalho em países orientais como a China ou a Índia são preocupantes e esta questão não é de agora. Há décadas que o problema está assinalado. As longas horas de trabalho a que as pessoas são sujeitas, as degradantes condições habitacionais que lhes são oferecidas, os fracos salários que são pagos e tantas outras situações que poderiam ser enumeradas, fazem deles uma mão de obra barata apetecível às grandes empresas que têm como principal objectivo o lucro.

Mas se estas situações já são graves quando se referem a adultos, quando se trata de crianças a situação torna-se ainda mais angustiante. É difícil pensar que crianças passam 11 horas a trabalhar enquanto deviam estar na escola e a brincar.

E também não é de agora que se sabe que são as empresas que têm a marca inscrita em alguns dos nossos gadgets ou dos nossos electrodomésticos que mais abusam destas condições.

Trabalho infantil na Shinyang Electronics.

Recentemente, a Samsung lançou o seu Relatório Anual de Sustentabilidade de 2014, onde denunciou uma série de situações graves relativas às condições laborais que muitos dos seus 200 fornecedores chineses praticavam. Contudo, dessas denúncias, o destaque foi dado ao facto que não terem sido detectadas quaisquer situações de exploração de trabalho infantil.

Hoje a China Labor Watch vem mostrar que a investigação da Samsung foi totalmente ineficaz. Numa única auditoria, esta organização independente sem fins lucrativo detectou que a empresa Shinyang Electronics, fornecedora da Samsung, emprega crianças em idade escolar sem contractos de trabalho, para trabalharem 11 horas por dia sendo remuneradas apenas 10 dessas horas.

Identidade falsa de uma das crianças.

Além do trabalho infantil, foram ainda detectadas outras situações de violações às leis do trabalho, nomeadamente horas extraordinárias excessivas e não remuneradas, falta de seguro social, falta de equipamento de protecção e de formação de segurança, contratação discriminatória, utilização excessiva de trabalhadores temporários, trabalhadores obrigados a assinar contratos de trabalho em branco, entre muitas outras situações.

Há anos que a Samsung vem sendo acusada pela lacuna na implementação do seu próprio código de conduta e compromissos sociais, o que tem feito com que estas situações se vão repetindo nas empresas dos seus fornecedores sem que sejam tomadas quaisquer atitudes sérias por parte da sul-coreana.

Condições de um dormitório feminino.

Para Li Qiang, Director Executivo da China Labor Watch, “os relatórios de responsabilidade social da Samsung são apenas propaganda”. Para ele, a Samsung apenas investe em auditores para a redacção destes relatórios para “acalmar os investidores”, não tendo qualquer valor real para os trabalhadores, sendo assim um sistema de monitorização ineficaz por parte da Samsung.

Em resposta a este relatório, a Samsung referiu que vai investigar as alegações e que tomará medidas apropriadas quando for oportuno.

Via: The Verge Fonte: China Labor Watch

Relatório Completo

Exit mobile version