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Sabia que o projecto Magalhães foi um fracasso?

Foi em 2008 que a JP Sá Couto foi a empresa escolhida para o fabrico do projecto Magalhães. Em Setembro de 2008 chegavam às escolas portuguesas as primeiras unidades e estava lançado no mundo um dos mais inovadores projectos alguma vez conseguidos, onde os computadores eram “distribuídos” por todo o ensino básico de um pais.

Em finais de 2009 apareceu a versão 2 do Magalhães e, a ideia, era que estávamos perante um projecto de sucesso…mas afinal não!

De acordo com um estudo levado a cabo pela Universidade Portucalense, o computador Magalhães foi “um fracasso”. A razão para tal conclusão pretende-se com o facto do pequeno portátil ser pouco usado pelos alunos em ambiente de aula…”apenas utilizavam esta ferramenta de forma esporádica dentro do contexto de sala de aula”, refere o estudo.

“Os resultados deste estudo permitem-nos verificar que 89,1% dos professores, 84,5% dos encarregados de educação e 86% dos alunos consideram que nunca ou raramente o computador é utilizado nas salas de aula”,  afirma João Paulo da Silva Miguel, autor do estudo realizado no âmbito do doutoramento em Educação da UPT.

Depois havia o problema da manutenção pois tanto os alunos como os docentes tinham algumas dificuldades em manter os equipamentos em bom estado “sentiram-se sozinhos e sobrecarregados com a burocracia e as avarias dos computadores”.

“Houve, também, falta de liderança, envolvimento e incentivo por parte dos directores dos agrupamentos, falta de salas apetrechadas com tomadas e com ligação à internet, falta de assistência técnica aos portáteis, que avariam com frequência e facilidade, e falta de modelos/tipos de planificação que integrem o Magalhães nas actividades lectivas e nos currículos dirigidos aos alunos do 1º ciclo do ensino básico”, afirma o autor do estudo da Portucalense.

No entanto, o programa lançado pelo ex. ministro Eng. Sócrates também teve coisas boas.  Graças ao Magalhães os alunos “foram descobrindo novas competências, como se pode demonstrar pela facilidade na exploração das interligações entre várias realidades mediáticas, tais como jogar, fazer pesquisas, ouvir música ou navegar na internet”, apesar de o terem feito “de forma autónoma e intuitiva”, refere o estudo.

O estudo levado a cabo por João Paulo da Silva Miguel da Universidade Portucalense teve como base a opinião de alunos, 181 encarregados de educação e 101 professores do 1.º ciclo do ensino básico do concelho de Matosinhos.

Acha que tais conclusões podem ser alargadas à escala nacional?

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