A partir de hoje, qualquer pessoa pode visitar “Marte na Terra” através do Google Street View. A ilha de Devon é a maior ilha desabitada do planeta. No entanto, os fatores que tornam a ilha inabitável também a tornam indispensável para os cientistas e investigadores que lá trabalham.
O seu clima e a sua paisagem são o mais próximo de Marte que pode ser encontrado na Terra. Por isso, a equipa do Google Street View precisou de 7 voos, além 72 horas para conseguir aterrar na ilha Devon.
Através de uma publicação no blog da Google, Katja Minitsenka, a diretora do projeto dá-nos a conhecer um ambicioso trabalho.
Um vislumbre de Marte, na Terra
Um vislumbre das condições e ambiente de Marte, aqui na Terra, a Ilha de Devon é uma massa de terra desoladora no Ártico Canadiano. Aliás, com um clima polar e um terreno rochoso e árido, é a maior ilha desabitada do planeta.
No entanto, os fatores que tornam a ilha inabitável também a tornam indispensável para os cientistas e investigadores que lá trabalham. Tome-se, por exemplo, o seu clima e a sua paisagem. É o mais próximo de Marte que pode ser encontrado na Terra. Assim sendo, é uma janela única e valiosa para a comunidade.
Agora qualquer pessoa pode visitar “Marte na Terra” através do Google Street View.
No ano passado, recebi um convite especial do Dr. Pascal Lee, presidente do Mars Institute Mars e diretor do Projeto Haughton-Mars para visitar a ilha de Devon. Além de aprender mais sobre a pesquisa que é realizada ali, passámos três meses a prepararmo-nos para a expedição e, após 72 horas em sete voos, chegámos ao acampamento rodeado de uma paisagem sublime e intocável.
A ilha de Devon apresenta várias similitudes com uma base futura em Marte. Em primeiro lugar por não possuir a infraestrutura que julgamos garantida. Assim, todo o abastecimento necessário ao acampamento teve que ser assegurado. Por conseguinte, toda a comida, gasolina, ferramentas e bens pessoais teve de ser transportado em cada excursão. Além de todo o lixo que tem de ser empacotado e trazido de volta.
Nesta base de investigação, todas as pessoas têm a sua função. Até o cão KingKong, do Dr. Lee, tem uma responsabilidade – estar sobre aviso e alertar no caso de um urso polar entrar no acampamento.
“Marte”, acessível através do Google Street View
Ainda de acordo com a sua publicação, Katja Minitsenka confessa que todas as manhãs, antes de saírem para recolher imagens para o Google Street View nas moto 4, reuníamos o grupo. Aí delineavam o plano do dia com o intuito de garantir que todos sabíamos o que fazer nessa jornada. Por exemplo, quem liderava, quem ia na retaguarda, bem como quem ficava no acampamento para cozinhar e cuidar da manutenção
Todo este processo forneceu-nosuma imagem real de como os humanos que irão a Marte vão explorar o novo planeta. A gestão e apreparação detalhadas são fundamentais para o sucesso desta operação.
Como pontos altos, Minitsenka refere que ao longo da semana, visitaram alguns dos lugares de maior interesse para a pesquisa e a exploração da NASA. Lugares como a cratera Haughton, uma cratera de impacto com 20 kms de diâmetro; o Astronaut Canyon, semelhante a muitos dos vales sinuosos em forma de V em Marte; e os antigos leitos de lagos de Breccia Hills.
Para a diretora do projeto, aquilo que mais chama a atenção na ilha de Devon é a sua vastidão e o quanto desolador pode ser. No entanto, cada rocha, colina e desfiladeiro conta uma estória. Tomando, por exemplo, Breccia Hills, repleta de cones quebrados, rochas criadas pelo impacto dos meteoritos de há milhões de anos.