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Projecto Spartan do Facebook desafia App Store

O HTML5 é sem dúvida uma jovem mas promissora tecnologia que promete transformar a internet num ecossistema mais rico. Uma das grandes vantagens é a possibilidade de ser um formato suportado por qualquer browser e sistema operativo recente. Isto tem trazido flexibilidade aos programadores.

Através desta tecnologia podem ser desenhados sites dinâmicos que emulem a boa experiência conseguida em aplicações nativas para plataformas como iOS e Android. Mas permite também que não fiquem dependentes do processo rigoroso de admissão da Apple ou Google. É a pensar nisto que o Facebook pretende apostar num projecto tão inovador como arrojado.

O TechCrunch levanta um pouco o véu do projecto do Facebook, fechado ainda a sete chaves, denominado projecto Spartan. Um dos colaboradores desta fonte terá inclusive visto o projecto a correr, já que existe acesso ao mesmo através de um parceiro da AOL.

Conforme se pôde apurar é uma plataforma totalmente desenvolvida em HTML5 e com o objectivo de atingir uma marca de 100 milhões de utilizadores no mercado móvel.

A ideia será combinar a tecnologia dinâmica do HTML5 para disponibilizar versões móveis das aplicações do Facebook. Pensemos nisto como uma espécie de app store do Facebook, construída em HTML5. Está confirmado que a plataforma destino desta iniciativa será o iOS nomeadamente a versão mobile do Safari.

Os rumores parecem se materializar não só pela credibilidade da fonte, mas também pelo facto de o Facebook contar já à partida com parceiros estratégicos como por exemplo a Zynga. Talvez isto permita lançar títulos exclusivos de FarmVille e criar uma fonte de rendimento para estes e outros parceiros, ou produtoras independentes. Além de títulos de entretenimento, poderemos esperar apps mais simples como diários da imprensa, ou mesmo a migração de algumas das melhores aplicações actuais do Facebook, para esta plataforma.

Claro que para uma “Web Store” do Facebook, ser bem sucedida tem que atrair programadores. E isso só se consegue desenvolver mecanismos que permitam a estes vender as suas aplicações. Para isso a famosa rede social irá utilizar o actual sistema de créditos, utilizado no seu site. Espera-se como é óbvio uma forte integração deste projecto com funcionalidades que todos nós já conhecemos, da maior rede social do Mundo.

Assumindo que esta plataforma siga os moldes que a Google tenta seguir na sua Chrome Web Store, mas numa vertente móvel, será com certeza um desafio do Facebook à App Store da Apple. Parece claro que o Facebook, não quer ficar dependente de aprovação de novas versões desta plataforma pela empresa de Cupernito. Mas por outro lado ao seguir por este caminho, o Facebook não está a colocar mais um prego no caixão do Adobe Flash?

Provavelmente este será o caminho que muitos visionaram para o HTML, quando vaticinaram a projecção desta tecnologia e o abandono do Flash nalguns segmentos web.

Contudo, deixar de fora uma plataforma como a App Store, significa que nem um cêntimo irá para a Apple. Isto não deixará certamente muito satisfeita a empresa de Cupernito. Claro que o Facebook, não ficará por aqui e espera-se que mais tarde esta solução esteja disponível e reconhecida como compatível para o browser do Android.

Teremos que esperar para ver, mas o Facebook com este projecto, surge vigorosamente para desafiar principalmente a Apple (e a Google mais tarde), numa das suas principais áreas de negócio. E se pensarmos que com este passo de gigante o Facebook poderá trazer toda a sua poderosa infraestrutura de publicidade. Exemplo disso será o desenvolvimento de uma aplicação gratuita do Facebook, com publicidade embutida e adaptada à realidade móvel.

Os seus rivais na área móvel, estarão neste momento a fazer contas à vida. Uma coisa é certa, o mercado móvel, nunca esteve tão dinâmico e interessante como agora com mais um jogador a disputar este complexo puzzle.

Haverá lugar para mais uma app store no mercado móvel de comunicações?

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