O problema que afectou o Samsung Galaxy Note7 teve um impacto terrível e as ondas de propagação ainda se fazem sentir nos mercados mundiais.
Mesmo depois de detectado o problema das baterias, mesmo tendo a Samsung mandado recolher os equipamentos e colocado novas baterias, o impacto negativo está a afectar a imagem da marca coreana. O mercado chinês é disso um exemplo. Os utilizadores estão irritados e começam a virar-se para a Apple.
Segundo informações veiculadas, o mercado chinês está descontente porque, supostamente, os Galaxy Note7 vendidos na China não serão recolhidos pela Samsung. A razão está na investigações da marca que identificou que o problema dos Note7 que explodiram se situa nas baterias fabricadas pela sua subsidiária SDI (Samsung SDI Co).
No território chinês, os equipamentos distribuídos não são do lote que tem esta bateria, os Note7 vendidos na China têm baterias fabricadas Amperex Technology.
Mas então não têm problemas?
Teoricamente, o equipamento não tem de ser recolhido, porque no aspecto técnico as baterias estão livres do problema que estará na origem das explosões. Contudo, alguns utilizadores estão a relatar que os seus Note7 sofrem de um superaquecimento e que há mesmo casos de alguns que se incendiaram.
A Samsung diz que não é possível e mantém a sua versão não adoptando medidas para a China no que toca à substituição dos milhões de equipamentos vendidos.
Samsung garante que 90% dos utilizadores afectados se mantêm fieis
Esta tomada de posição está a gerar um descontentamento enorme naquele mercado asiático e há já tradução dessa insatisfação em números. Segundo a empresa de análise do mercado mobile chinês iiMedia Research, foram sondados 12 mil utilizadores que possuem equipamentos Samsung e uma investigação à sua opinião, a empresa concluiu que deste total de clientes, 51,9% irá deixar a marca coreana já na aquisição do seu próximo smartphone.
Estes números parecem contrariar (pelo menos na China) a versão da empresa que afirmou que 90% dos utilizadores que devolveram os seus Note7 não queriam nenhum outro e iriam esperar pela entrega de um novo e seguro Note7.
Ao que foi apurado, na China, 37% estão já determinados em adquirir um equipamento da Apple e 26% irão optar pela marca chinesa Huawei. Os resultados mostram que esta posição irredutível da Samsung está a ser mal acolhida nos clientes mobile da China e isso poderá custar à empresa sul-coreana uma boa fatia do mercado tecnológico.
Esta determinação da Samsung vem numa altura complexa, já que a empresa, desde há 3 anos para cá, tem perdido um mercado gigante de clientes e seria este um ano importante para fazer subir a sua cota de vendas. Lembramos que em 2013, a Samsung detinha cerca de 23% do mercado, liderando e sendo uma das marcas mais influentes até então.
36,8% para a Apple, 26,3% a Huawei, 10,5% para Oppo, 10,5% para a Vivo, 7,9% a Xiaomi, 5,4% a Meizu, 2,6% para outro
Note7 – O presente que a Samsung deu à concorrência
Pelas várias razões que foram descalçando a empresa ao longo destes anos, como o aparecimento de concorrentes fortes como são a Xiaomi, Huawei, Oppo ou a Meizu, além de uma política de investimento forte pelo lado da Apple (chegando mesmo a conquistar o primeiro lugar nas vendas) a fatia de mercado actual da Samsung situa-se nos 8%.
A situação dos Note7, tal como foi referido, ainda está longe de estar resolvida e as repercussões estão a afectar as vendas e a imagem da Samsung, levando a um aproveitamento directo dos seus concorrentes.