As mudanças no setor automóvel não são de agora mas avizinham-se muitas alterações e tudo será diferente da realidade que conhecemos atualmente. Carros mais inteligentes, condução autónoma, estradas inteligentes… tudo fará parte de um ecossistema que garantirá maior segurança aos condutores e uma melhor qualidade de vida.
Se em algumas partes do mundo os testes em estrada com carros autónomos já se iniciaram, para Portugal os primeiros testes estão previstos já para o próximo ano.
Os primeiros testes em Portugal com veículos autónomos em estrada vão começar já em outubro do próximo ano numa parte da A9. Além de Madrid e Paris, Lisboa integra também o projeto AUTOCITS, que foi apresentado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) e pela empresa tecnológica espanhola Indra.
Em declarações à agência Lusa, Cristiano Premebida, do Departamento de Engenharia Eletrotécnica da Universidade de Coimbra, revelou que os testes vão decorrer em locais já determinados numa faixa de sete quilómetros entre a Avenida Marginal e o cruzamento da A9/CREL com a A16.
Esperamos não ter muita interferência com outros condutores, está provado que mudam o comportamento quando percebem que estão na presença de um veículo completamente automatizado, ficam nervosos, por exemplo
Cristiano Premebida
A par dos testes na CREL, a equipa multinacional vai ensaiar veículos sem condutor a fazer serviço de vaivém entre o parque de estacionamento e vários edifícios do complexo do Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, num percurso de cerca de 500 metros.
Ao longo dos percursos, serão instaladas estações de sensores e transmissão de dados de que depende o sistema de veículos sem condutor para funcionar em segurança, revela a agência Lusa.
Obstáculos na estrada, condições meteorológicas diferentes, veículos avariados, manutenção a decorrer, veículos em marcha lenta são cenários que serão testados e que tornam essencial a comunicação entre todos os componentes do sistema.
Para os testes previstos, virão veículos de França, de Espanha e participará também um veículo modificado pela Universidade de Aveiro. Os testes estarão abertos a empresas e marcas automóveis que queiram participar.
Ricardo Fonseca, da ANSR, considera que a circulação de veículos automatizados será uma realidade generalizada “dentro de vinte a trinta anos”. Ricardo Fonseca afirma que a “principal urgência legislativa” para levar mais longe estes testes e chegar a essa realidade futura é criar “legislação para permitir testes sem condutor”.
As convenções nas quais se baseiam praticamente todas as legislações rodoviárias são de 1949 e 1968 e, desde logo, estabelecem que só podem circular veículos com condutor.