Chama-se eVM-Vigilância de Mortalidade e está desde esta quinta feira disponível a todos os internautas. Além da informação do número de óbitos em tempo real, o eVM ajuda também a detectar e intervir “em crises de saúde pública”.
Até a data de escrita deste artigo, durante o dia de hoje já faleceram 214 pessoas. Durante todo o dia de ontem o número chegou às 266 mortes.
A Direcção-Geral de Saúde (DGS) tem desde esta quinta-feira disponíveis os números de mortes que ocorrem no país a cada momento, com dados actualizados de dez em dez minutos. Um dos objectivos desta ferramenta, que pode ser usada pelos cidadãos, é permitir às autoridades de saúde investigar e intervir “em crises de saúde pública”.
O sistema tem dados desde 1 de Janeiro de 2014, quando entrou em funcionamento o novo registo de certificados de óbito – Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO).
A ferramenta online permite a qualquer pessoa saber alguma das causas das mortes, como acidentes de trânsito ou de trabalho, suicídios, homicídios ou causas naturais; mas os dados concretos que envolvem as mortes (local, identidade, nome dos médicos que assinam o documento) só são acessíveis a médicos do centro de análise da Direcção-Geral de Saúde (DGS).
Em Portugal o risco de morrer no Inverno é maior
“O risco de morrer é maior no Inverno do que nos meses de Verão”, como se percebe pensando que um doente crónico está mais frágil no período do ano em que mais circula o vírus da gripe e são mais frequentes as infecções respiratórias. Mas este risco de morrer no Inverno tem vindo a diminuir em Portugal no que diz respeito ao AVC, referiu Baltazar Nunes, investigador do Instituto Nacional de Saúde Pública Ricardo Jorge.
O investigador comparou a mortalidade por esta doença nos meses de Janeiro e Setembro, desde a década de 1980 até 2012. Enquanto que na década de 1980 cerca de 70% das mortes por AVC eram no Inverno, essa proporção desceu para 50% entre 2005 e 2012. As causas desta mudança não estão estudadas mas podem ser atribuídas “a um maior grau de protecção da população em relação a situações extremas”, melhores condições de habitação, mas também a uma maior taxa de cobertura vacinal da população com mais de 65 anos (que anda actualmente nos 50%), face a 35% no último ano em que há esse dado, em 1998.
Via Público