Actualmente, as redes LTE/4G têm uma importância acrescida pela sua utilização ao nível empresarial. Muito mais que o consumo doméstico, estas redes passaram a ser opção quando a fibra não está disponível. Muitas são as empresas que têm parte do seu serviço de Internet assente nas redes LTE e com isso conseguem ter um acesso relativamente rápido à Internet.
Portugal, segundo a OpenSignal, entidade que monitoriza no mundo vários aspectos ligados às redes sem fios, ocupa um modesto 43º lugar dos países que oferecem melhor qualidade de rede LTE/4G, mesmo assim estamos à frente dos Estados Unidos.
Há quem defenda e acredite que no futuro a Internet e tudo o que gravita em torno dela, será distribuída com grande qualidade em todo o mundo por redes sem fios. As velocidades hoje conseguidas pelas redes 4G permitem imaginar um futuro próximo onde não iremos necessitar de ter o cabo a levar o sinal a nossa casa ou às nossas empresas.
Nesse sentido, estamos a ver uma aposta maior no 4G e isso permite maiores velocidades, fruto de uma actualização das redes por parte dos operadores. Muitos operadores estão a implementar os novos sistemas LTE adicionando mais capacidade às suas redes – o que lhes permite atender mais clientes sem sacrificar o desempenho – e vários estão a usar novas tecnologias LTE avançada para aumentar as velocidades disponíveis para os dispositivos.
O que há de novo no LTE?
Chama-se LTE-Advanced e é ainda uma tecnologia nova, mas estamos a começar a ver o seu impacto à medida que mais países o adoptam e mais smartphones trazem esse suporte disponível. A Coreia do Sul é um exemplo perfeito, do ano passado para este, quase duplicou as suas velocidades no 4G e sendo o país com a maior cobertura do mundo desta tecnologia, não, contudo, quem tem a velocidade mais rápida.
O primeiro lugar, deste último trimestre, vai para a Nova Zelândia, que se lançou no LTE há apenas dois anos. Embora o LTE-Advanced ainda não esteja disponível na Nova Zelândia, os operadores do país Spark e Vodafone lançaram o LTE em duas bandas de frequência cada, proporcionando uma enorme quantidade de capacidade 4G. Assim a velocidade média no país para a rede 4G é de 38 Mbps.
E Portugal?
Portugal tem melhorado, embora que de forma lenta. Os operadores nacionais lançaram a tecnologia LTE em 2012, foram dos 35 primeiros países a disponibilizar aos utilizadores esta forma mais rápida de internet móvel. Contudo, no mundo, estamos atrás de pelo menos 42 países, entre eles Nova Zelândia, Marrocos, Brasil, Roménia, Grécia ou mesmo a república Dominicana.
Mas, continuamos à frente dos Estados Unidos, em termos de velocidade média que actualmente em Portugal é de 13 Mbps enquanto nos Estados Unidos a média é de 10 Mbps.
Mas qual será a razão?
Basicamente é porque os primeiros a adoptar estão a demorar a actualizar (de novo) as suas infraestruturas. Países como os EUA, Japão, Suécia e Alemanha, estão a começar a ficar para trás no que toca ao desempenho de dados, isto porque as redes mais antigas estão a padecer desse sucesso do passado que actualmente é um entrave (principalmente financeiros) à actualização para as mais recentes tecnologias, entre elas o LTE-Advanced.
Portugal só há um ano, praticamente, pela mão da Vodafone, é que implementou o LTE-Advanced (tecnologia que ficou disponível em 2009). Já nos EUA, por exemplo, a introdução do LTE em 2010 resultou numa enorme base de assinantes LTE no país, pelo que estão todos a competir pelos mesmos recursos de rede, diminuindo a velocidade média.
Em comparação, as redes mais recentes na América do Sul e Europa estão menos carregadas.
Em Portugal, qual é o operador mais rápido?
Segundo os dados da mesma fonte, em Portugal a rede LTE da Vodafone tem uma velocidade média de 17 Mbps. Já a Meo ocupa o segundo lugar com 13 Mbps e em último aparece a NOS com 10 Mbps. Podemos também verificar que já no capítulo da média de cobertura quem lidera é a NOS que permitiu que os seus clientes fossem capazes de se ligar à rede LTE 73% do tempo, enquanto os clientes da Vodafone estiveram 63% das vezes ligados a esta rede e, por último, os clientes da Meo estiveram ligados à rede LTE 60%.
Comparação velocidade LTE vs Wi-Fi
É interessante percebermos outra coisa, até porque cada vez mais a tendência será ter Internet em qualquer lado e sem interrupções. Esse trabalho será feito pelo Wi-Fi ou pelas redes móveis? Ou será por ambos?
Sem dúvida que cada vez mais necessitamos de um trabalho conjunto, mas também é verdade que achamos sempre que temos melhor sinal WiFi do que o sinal das redes moveis, será verdade?
Os utilizadores de smartphone têm uma cobertura das redes LTE muito mais rápida que a velocidade debaixo de uma rede Wi-Fi. Isto não significa, claro, que o LTE é superior ao WiFi. Os dados apenas mostram a tremenda variação da qualidade das ligações Wi-Fi que os utilizadores utilizam diariamente. Quando um utilizador está a utilizar a Internet via WiFi dentro de uma empresa ou até na sua própria casa, pode ter uma qualidade de 50 Mbps ou mais, mas quando usa as ligações “públicas”, como num café, na biblioteca, no parque ou num shopping… a qualidade é terrível. Essa variação de qualidade. Em média, permite uma qualidade de utilização muito inferior à “média” de utilização das redes LTE (onde de facto existe LTE).
Em conclusão…
Embora Portugal tenha uma boa cobertura de rede LTE, embora a velocidade oferecida seja também ela de boa qualidade, há ainda muito a fazer em áreas do interior e, sobretudo, optimizar as ofertas entre os vários operadores. O preço, claro, tem sido um entrave, pois ainda é um preço extremamente castigador para quem quer ter mais qualidade na navegação ou nos serviços que dependem da rede de dados móvel.