Portugal, e a maioria dos países, não constam do TOP 500 que possuem as máquinas mais poderosas do mundo. Aliás, Portugal nem sequer tem um supercomputador mas a Universidade do Texas em Austin (Estados Unidos da América) vai emprestar uma super máquina à Universidade do Minho.
Este supercomputador, que será o primeiro em Portugal, entrará em funcionamento já no primeiro trimestre de 2018.
Hoje, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, anunciou em Braga, que o supercomputador será cedido pela Universidade do Texas (Estados Unidos da América) e vai integrar um centro de computação avançada que nascerá na Universidade do Minho (UMinho).
Segundo comunicado da FCT, “esta nova infraestrutura de computação inclui vinte bastidores da plataforma de computação avançada STAMPEDE 1, cedidas à FCT pelo Texas Advanced Computing Centre (TACC) da UTAustin, no âmbito da Parceria Internacional entre a Universidade do Texas e Portugal, permitindo desenvolver novas áreas de computação no nosso país, assim como aplicações diversas de âmbito cientifico e empresarial em áreas que abrangem o clima, a segurança marítima, o apoio às pescas, a monitoração de padrões de mobilidade nas cidades, o estimulo da biodiversidade, a gestão do risco nas florestas e aplicações na área da saúde, incluindo a bioinformática.
Entre outras potenciais aplicações, esta infraestrutura de computação servirá o AIR Centre, recentemente criado pela “Declaração de Florianópolis”, assinada a 20 de junho por iniciativa de Portugal em estreita cooperação internacional. O MACC servirá de base ao estabelecimento da rede “AIR CENTRE DATA INTELLIGENCE NETWORK (AIR_DataNet)”, a desenvolver durante 2018, juntamente com o Texas Advanced Computing Centre (TACC) da UTAustin e o Barcelona Supercomputer Centre (BSC), entre outros parceiros internacionais envolvidos no AIR Centre, de modo a facilitar o desenvolvimento das ciências dos dados e aplicações à interação clima-oceanos.
Esta nova infraestrutura enquadra-se ainda no esforço nacional em curso no âmbito da Iniciativa Nacional de Competências Digitais e.2030 (INCoDe.2030) que, sob coordenação da FCT, inclui o estímulo a novas atividades de I&D nas áreas da computação científica, em ciências e tecnologias quânticas, inteligência artificial e media digital.
Ainda neste âmbito, Portugal foi um dos países signatário da Declaração Europeia para o avanço da computação avançada, EuroHPC, em 23 de março de 2017 em Roma, através da qual se pretende estabelecer o enquadramento intergovernamental que permita desenvolver e operar a próxima geração da infraestrutura Europeia de computação avançada.
A nova infraestrutura, propriedade da FCT, será instalada no 1º trimestre de 2018 na Universidade do Minho, complementando os recursos já existentes nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Centro. A sua operação será totalmente integrada nas redes nacional, europeia e internacional em modos de acesso totalmente abertos, facilitando a adoção da Estratégia Nacional de Ciência Aberta. A gestão desta nova infraestrutura está a cargo de uma Comissão de peritos, incluindo utilizadores, com coordenação pelos serviços de computação avançada da FCT.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior lembrou ainda que 2018 será o ano de concretização do programa de estímulo ao emprego científico, com a contratação de 3.000 novos investigadores.