O jogo Pokémon GO está agora num patamar diferente. Se no início era novidade, depois curiosidade e mais tarde até passou a ser visto como um jogo que promove a socialização, agora há um certo incómodo instalado.
Numa acção inédita, que alguns já apelidam de equivoco tecnológico, o presidente Fabrice Beauvois quer os Pokémons fora da sua pequena vila de 800 pessoas. Para isso já ordenou à Niantic que faça desaparecer o jogo de Bressolles.
Qual a razão para este pedido?
Segundo o presidente Fabrice Beauvois, a empresa criadora do Pokémon GO não pediu autorização para colocar estes pontos de interesse no seu território.
Quando um café, um restaurante ou qualquer outro estabelecimento pretende abrir um espaço em qualquer cidade francesa, tem de cumprir uma série de procedimentos e ter várias autorizações, e, para isso, o presidente tem uma palavra a dar. O mesmo se aplica à Niantic, mesmo sendo no espaço virtual que a empresa “comercializa” os seus bens.
Pokémon GO e a readicalização territorial
Beauvois não quer proibir o jogo, como referiu à Associated Press, ele quer sobretudo voltar a ter tranquilidade nas suas ruas e que o sentimento de medo desapareça. Há agora um estado de contágio entre os jovens e isso tem preocupado as autoridades. Tem havido também uma desobediência às regras de cidadania e bom ambiente social, e isso preocupa o autarca.
Este não é caso isolado, até porque a Niantic já teve de intervir com solicitações de várias autoridades em vários países. Por exemplo, a empresa já removeu a funcionalidade em áreas particulares, como o Museu do Holocausto, e removeu tudo o que diz respeito ao jogo no Irão (em todo o país).
Há quem esteja, contudo, a criticar o autarca, pois o que se tem visto é uma radicalização de determinadas posições face ao seu controlo territorial. Uma das atitudes que tem gerado muita polémica nesta cerrar de fileiras dentro das fronteiras francesas é a proibição nas praia de Cannes dos trajes de praia islâmicos, o burkini.
Será que estas atitudes poderão acabar com o Pokémon GO?