Ir beber um copo ou jantar fora com os amigos é prática que não se perde em qualquer geração. Contudo, estes encontros são cada vez mais acompanhados pela tecnologia. Um smartphone novo, uma nova aplicação ou um e-mail engraçado são motivos suficientes para um tema de conversa, mas também são motivo para ignorar por completo os amigos.
O normal hoje em dia é ver um grupo de amigos a olhar e a rir para um smartphone ou estar alguém a falar e haver uma pessoa completamente desligada da conversa por estar a ver as últimas actualizações das suas redes sociais. Até que ponto chegará esta prática?!
Não há ninguém que goste de estar a conversar e ser ignorado porque a outra pessoa está a olhar para o e-mail ou a experimentar a aplicação nova. Mas na verdade, quando num grupo a conversa não é do interesse de quem a está a ouvir, uma das tendências poderá ser o pegar no telemóvel. São poucas as pessoas que não o fazem.
Ao observar estes comportamentos surgem questões ligadas às relações entre os indivíduos e a forma como comunicam, questões que ganham maior dimensão quando o fenómeno começa a ser analisado em pessoas cada vez mais jovens pelo fácil e prematuro acesso a este tipo de tecnologias.
Alex Haigh, um jovem de 23 anos, ao observar este fenómeno apelidou-o de Phubbing, que é resultado da união entre phone e snubbing (telefone + desprezo). Por outras palavras, o Phubbing é o acto de ignorar alguém, num acto social, ao olhar para o telemóvel em vez de lhe prestar atenção.
Associada a esta nova definição existe um movimento, desenvolvido também por Alex, o Stop Phubbing que de forma divertida tenta alertar para a massificação desta prática, apresentando alguns dados que deixam qualquer um a pensar nas atitudes que tem perante os outros.
Analisados os comportamentos de cidadãos de 20 cidades, concluíram que os phubbers existem mais abundantemente em Nova Iorque, Los Angeles, Londres e França .
Para quem se quiser associar a esta causa, a plataforma disponibiliza, através de download, cartazes e posteres para locais públicos e ainda cartões para mesas, que podem ser utilizados na mesa lá de casa, quando por exemplo se convidam os amigos para jantar. Além disso, para quem quiser alertar uma pessoa em questão, pode enviar-lhe um e-mail interactivo ou fazer upload de uma foto sua para que toda a gente possa ver a cara de mais um phubber.
Apesar dos phubbers estarem por todo o lado, parece que grande parte até é contra essa atitude. Pelo menos é o que revelam os resultados da questão colocada no site sobre quem é que é a favor ou totalmente contra o Phubbing. De entre os mais de 29 mil participantes, apenas 16% se diz a favor.
Mas será que os restantes 84%, que são totalmente contra, nunca ignoraram a conversa dos amigos para dar atenção ao telemóvel? No fundo, qualquer pessoa não gosta de ser ignorada quando está a falar, mas essa mesma pessoa se estiver a ouvir algo que não lhe interessa é capaz de ser a primeira a agarrar no telemóvel.
Considera-se um phubber?