O projeto Google Glass começou a ser pensado em 2006 de forma secreta pela Google e surgiu no mercado em 2013. Estes óculos futuristas permitiam, na sua lente, executar e visualizar uma série de comandos. Era um projeto avançado demais para o seu tempo e acabou por ser descontinuado pela Google.
Pese o facto do projeto Google Glass ter “desaparecido” não quer isso dizer que morreu. Na semana passada, a empresa de software israelita Plataine demonstrou uma nova aplicação para este dispositivo. Afinal, o Google Glass vive e está a ficar mais inteligente.
A Plataine é uma empresa que tem como função desenvolver software industrial inteligente, baseado na IoT. Esta nova ferramenta que desenvolveram, software da empresa e os Google Glass, têm como destino trabalhadores fabris que podem falar com os óculos e receber deles respostas verbais.
A aplicação da empresa de Israel aponta para um futuro onde o Glass é aprimorado com inteligência artificial, tornando-o mais funcional e fácil de usar. Com clientes como GE, Boeing e Airbus, a Plataine também está a trabalhar para adicionar recursos de reconhecimento de imagem ao seu software.
A empresa exibiu a sua tecnologia Glass numa conferência em San Francisco dedicada ao negócio da computação na cloud Google; a aplicação da empresa foi construída recorrendo a serviços de IA fornecidos pela divisão cloud da Google e com o apoio da gigante das pesquisas.
A Google está a apostar em comercializar a terceiros a sua inteligência artificial. É uma nova vertente para a tecnologia quando, inicialmente, esta havia sido pensada e desenvolvida para o seu próprio negócio, para afastar os seus clientes da concorrência de empresas como Amazon e Microsoft.
Jennifer Bennett, diretora técnica do departamento Google Cloud, disse que a adição dos serviços cloud da Google ao Glass poderia ajudar a tornar este dispositivo numa ferramenta revolucionária para os funcionários em situações em que um computador portátil ou um smartphone não fizessem sentido serem utilizados.
Muitos de vocês provavelmente lembram-se dos Google Glass dos dias de consumo – estão de voltaaaa. Os Glass tornaram-se numa tecnologia realmente interessante para a empresa.
Referiu a responsável da Google que arrancou sorrisos ao apresentar o projeto da Plataine.
Google Glass Enterprise Edition
Esta sessão aconteceu cerca de um ano depois da Google ter abandonado a sua tentativa de vender o projeto ao consumidor. O Glass é um dispositivo que, dadas as suas características, o seu ecrã e câmara sempre apontado para onde o utilizador está a olhar, levantou imensas dúvidas e gerou controversas opiniões sobre a privacidade.
Em vez de “matar” o projeto, a Google vocacionou este seu gadget como ferramenta para empresas e com o nome Google Glass Enterprise Edition. Projetos pilotos envolveram trabalhadores da Boeing que usavam o Google Glass em linhas de produção de helicópteros, e médicos usando o equipamento na sala de exames.
Na prática este dispositivo irá permitir que um trabalhador utilize o hardware e o software da Plataine para obter ajuda. Foi demonstrado no evento que um trabalhador entrava num armazém e poderia dizer “Ajude-me a selecionar materiais”. O software responderia, verbalmente e no visor, com quais materiais necessários e onde eles poderiam ser encontrados.
As ações de um trabalhador podem ser imediatamente visíveis aos chefes de fábrica, sincronizados com o software que a Plataine já fornece aos clientes, como faz com a Airbus, que pode em tempo real acompanhar as operações de produção.
A responsável da Google deixou indicações que a empresa gigante das pesquisas está a trabalhar em projetos e produtos onde o Google Glass é parte integrante assim como o Google Cloud.