Os líderes mundiais são “avaliados” sobre o que fizeram nos seus primeiros 100 dias à frente dos seus cargos de governo. Mas e os gestores das grandes empresas mundiais?
Na sexta feira passada, Tim Cook fez 100 dias como CEO da Apple, após o co-fundador da Apple, Steve Jobs, lhe ter cedido o lugar garantindo-lhe o poder de uma das mais promissoras empresas do mundo.
Desde então, desse célebre dia 24 de Agosto de 2011, a bolsa de valores e uma legião de fans da Apple, não têm tirado os olhos naquele que se espera ser o seguidor das filosofias vanguadistas que colocou a Apple no topo da tecnologia e na marca mais apetecida da actualidade, Tim Cook é hoje o CEO da empresa com mais influência e mais poder dentro do mundo da tecnologia.
Depois de Tim ter tomado conta do cargo, Jobs relegou-se à posição de chairman mas, infelizmente perdeu a batalha que vinha a combater há 6 anos contra o cancro e faleceu a 5 de Outubro deste ano. Um dia antes de Steve ter falecido, Cook apresentava a sua primeira Keynote e anunciava o iPhone 4S.
“Eu considero ser um privilégio de uma vida ter trabalhado aqui 14 anos” disse Cook no evento. “Estou incrivelmente orgulhoso desta empresa”.
Analistas descreveram a apresentação como viva e acesa mas sem a excitação e o brilho que as produções de Steve Jobs davam às keynotes.
“Não será o protagonismo de Steve Jobs a gerar manchetes em todo o mundo” referiu John Jackson, analista da empresa de pesquisas de mercado CCD Insight que participou na keynote. “Estes eventos não serão os mesmos como sempre foram.”
Mesmo sem o Steve Jobs, uma presença em palco sempre marcante e dramática, o iPhone 4S tornou-se o mais vendido smartphone de sempre no mais curto espaço de tempo e no seu lançamento foram vendidas mais de 4 milhões de unidades pelos países onde a Apple abriu a sua venda. Os analistas financeiros preocuparam-se pelo facto do equipamento ser uma continuação do modelo anterior desenhado e construído em aço e vidro, que este modelo não seria cativante, mas o poderoso processador, uma melhor câmara e o SIRI, juntamente com mais operadores a distribuir o equipamento e melhores preços, fizeram deste equipamento um sucesso de vendas que ainda nos dias de hoje não está a ser comercializado em todo o mundo.
Países como o Rússia e o Brasil somente este mês de Dezembro o receberão, o que aumentará significativamente o sucesso deste equipamento.
Siri, que a Apple descreve como sendo ainda um software em estado beta, sofreu interrupções ocasionais no aperfeiçoamento desde o seu lançamento em Outubro passado, no entanto o iCloud tem-se saído muito melhor do que os esforços anteriores da Apple em serviços Internet. Segundo a Apple, cerca de 20 milhões de utilizadores activaram uma conta iCloud gratuita na primeira semana. Outro dos produtos que se espera ser um sucesso é o iTunes Match, este serviço de sincronização de música, que custa 25 dólares por ano, foi apresentado com alguns dias de atraso mas recebeu um bom feedback por parte da comunidade Apple e teve uma critica bastante positiva por parte dos analistas de mercado.
Como Steve Jobs fez em tempos, Cook começou a enviar e-mails a alguns clientes. Ele também pessoalmente enviou um inquérito por e-mail a Nancy Keenan, presidente de uma fundação pró-escolha que foi escrito em resposta à mais recente polémica questão sobre a atitude que o SIRI tomava em relação ao aborto, onde este apontava para a uma controvérsia sobre questões do aborto Siri sugerir clínicas pró-vida.
“Não são omissões intencionais com o propósito de ofender alguém” escreveu Tim Cook.
Então, depois de alguns lançamentos de peso e alguns solavancos na “estrada” do progresso Apple o que podemos esperar de Tim Cook e da Apple a partir de agora?
A história de Tim Cook é conhecida, sabemos que foi recrutado por Steve Jobs em 1998 quando integrava os quadros da Compaq Computer. Este é tido como o mais próximo de Steve, o confidente, sereno e o mais equilibrado mantendo os ânimos tranquilos nas sempre quentes reuniões da empresa.
Steve Jobs tinha a capacidade de prever as necessidades do mercado e de antecipar produtos que criassem desejos, provocava verdadeiras invasões nesse mercado tecnológico cravando na história equipamentos que ficaram eternizados como precursores de muita tecnologia vindoura. Mas, como pode ser lido na biografia de Steve, o mesmo não acontece com Cook, este não é um “homem de produtos”, razão pela qual Jobs terá deixado um “guião” para os próximos anos.
A CNN cita vários analistas que defendem a estabilidade da gestão actual de Cook, este até ao momento não deu qualquer sinal de fugir aos enormes desafios que o mercado lhe coloca pela frente.
Num recente email aos funcionários, Tim assegurava que as políticas da empresa seriam para manter sob a sua liderança e mostrou mesmo um projecto de filantropia de sua autoria, onde Jobs nunca havia sido muito participativo.
Todas as profecias e todos os medos não passaram disso, a Apple continua uma das empresas mais fortes do mundo da tecnologia, continua a ser aquela que dita tendências que mais ânimo traz aos mercados e o grande ícone, embora tenha desaparecido fisicamente, terá permanecido como culto numa marca onde a qualidade é a sua mais valia.
Ainda hoje vemos que entre cada apresentação de produtos Apple, o mercado cai num marasmo onde são poucos aqueles que conseguem o ênfase de uma apresentação ou mesmo de um rumor. Isto é vantagem de mercado e o futuro revê-se na força do presente.
Para si, será Tim Cook o homem certo para liderar a Apple?