O Relógio do Juízo Final está a aproximar-se da meia-noite, e há quem esteja particularmente assustado. Atualmente a marcar 89 segundos para a meia-noite, este relógio foi criado em 1947 para alertar o público sobre a vulnerabilidade do mundo a catástrofes.
Em janeiro de 2024, o relógio foi ajustado para 90 segundos para a meia-noite… e num ano já passou 1 segundo…
O que é o Relógio do Juízo Final?
Desde 1947, o Relógio do Juízo Final tem sido uma representação metafórica da proximidade do mundo à inabitabilidade e ao desastre global devido a ações humanas.
Os fatores que influenciam o tempo deste ano incluem o risco nuclear, as mudanças climáticas e outras tecnologias emergentes, como a inteligência artificial. Alguns eventos globais que afetaram a contagem incluem a invasão russa da Ucrânia, a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza e a crise climática em agravamento.
O futuro em contra-relógio
O relógio foi criado pelo Bulletin of the Atomic Scientists, que incluiu Albert Einstein, J. Robert Oppenheimer e cientistas da Universidade de Chicago envolvidos no desenvolvimento de armas atómicas no Projeto Manhattan.
Com o Relógio do Juízo Final no seu ponto mais crítico, os receios de uma possível catástrofe atingem novos patamares. Em particular, para estudantes universitários que estão a iniciar a sua vida adulta, há preocupações sobre como os seus futuros serão afetados pelos conflitos globais atuais.
Estes são os parâmetros que fazem o “tic tac” do relógio. Basicamente, o relógio não mede o tempo real, mas sim o nível de perigo global, baseado em riscos como as armas nucleares (corrida ao armamento, conflitos entre potências), mudanças climáticas (aquecimento global, desastres naturais), biotecnologia e pandemias (como a COVID-19) ou ainda a inteligência artificial (uso militar, desinformação).
Na verdade, os ponteiros estão cada vez mais perto da “meia noite”, o fim do mundo, como é também referido. São vários os momentos que fizeram o relógio acelerar, como, por exemplo:
- 1953 → 2 minutos para a meia-noite (EUA e URSS testam bombas de hidrogénio).
- 1984 → 3 minutos para a meia-noite (pico da Guerra Fria).
- 1991 → 17 minutos para a meia-noite (fim da Guerra Fria, redução de armas nucleares).
- 2020-2024 → Menos de 2 minutos para a meia-noite (ameaças nucleares, crise climática e instabilidade política global).
Apesar dos momentos que incentivam a este fim do mundo, o Relógio do Juízo Final não prevê o futuro, mas serve como um aviso para que os governos e a sociedade tomem medidas para evitar desastres globais.
Apesar do pessimismo que pode gerar, também lembra que ainda há tempo para mudar o curso da história.
Curiosidades:
ORIGEM E SIGNIFICADO
- Criado em 1947 pelo Bulletin of the Atomic Scientists, um grupo fundado por cientistas envolvidos no Projeto Manhattan.
- O relógio é uma metáfora, não um dispositivo real, representando o quão perto a humanidade está da autodestruição devido a ameaças globais.
- A “meia-noite” simboliza o fim da civilização tal como a conhecemos.
MUDANÇAS AO LONGO DO TEMPO
- O momento mais seguro foi em 1991, com o fim da Guerra Fria, quando o relógio marcou 17 minutos para a meia-noite.
- O momento mais perigoso é o atual: 89 segundos para a meia-noite (2024).
- O tempo é ajustado anualmente com base em riscos como armas nucleares, mudanças climáticas e avanços tecnológicos perigosos.
FATORES QUE INFLUENCIAM O RELÓGIO
- Inicialmente, apenas a ameaça nuclear era considerada, mas hoje incluem-se crises climáticas, pandemias e inteligência artificial descontrolada.
- Eventos que afetaram o relógio incluem o teste da primeira bomba de hidrogénio (1953), a Guerra Fria, os ataques de 11 de setembro e a invasão da Ucrânia pela Rússia.
OUTROS FATORES INTERESSANTES
- O design original do relógio foi feito pela artista Martyl Langsdorf, esposa de um dos cientistas do Projeto Manhattan.
- O relógio já foi mencionado em diversas obras de ficção, como nos filmes “Watchmen” e “Dr. Strangelove”.
- Em 2020, o relógio marcou 100 segundos para a meia-noite – a primeira vez abaixo dos 2 minutos.