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Mulheres licenciadas em Portugal ganham menos que os homens, mas há exceções

Está a assinalar-se o Dia Internacional da Mulher. O dia 8 de março foi eleito pelas Nações Unidas para celebrar as conquistas de igualdade de género conseguidas ao longo de mais de um século e para refletir sobre tudo aquilo que ainda há por fazer. Apesar das disparidades salariais entre homens e mulheres que executam as mesmas profissões estar a diminuir, as diferenças ainda persistem. Contudo, existem algumas exceções (muito poucas) onde as mulheres licenciadas ganham mais do que os homens.


Com a mesma formação académica e a desempenhar as mesmas funções, as mulheres ainda ganham menos que os homens. As diferenças têm vindo a diminuir, mas ainda são demasiado relevantes. Os dados divulgados pelo Brighter Future da Fundação José Neves revelam que em 2020, o salário médio dos trabalhadores licenciados foi de 1877€ e que existe uma diferença muito significativa entre géneros.

O salário médio dos homens licenciados foi de 2211€, um valor 36% superior ao salário médio das mulheres com licenciatura (1629€). Em 2020, o ganho salarial dos homens face às mulheres foi de 36%, enquanto em 2010 era de aproximadamente 42%, sendo que esta redução se deveu, em grande medida, ao crescimento mais acentuado do salário médio das mulheres licenciadas no período pós-crise financeira. Entre 2017 e 2020, este crescimento foi de 2,8% para os homens e de 5,4% para as mulheres.

Estas disparidades são mais evidentes em 5 grandes profissões, onde a disparidade salarial foi superior a 50%, na mesma faixa etária e com a mesma qualificação:

Por outro lado, as mulheres destacam-se em apenas 6 profissões, das 129 avaliadas, onde ganham mais do que os homens, sob a mesma premissa. São elas:

  • Professores do ensino básico (1º ciclo)
  • Educadores de infância
  • Realizadores, encenadores e produtores de cinema, teatro, televisão e rádio
  • Técnicos em redes, sistemas de computadores e Web
  • Biólogos, botânicos, zoólogos e especialistas relacionados
  • Especialistas do trabalho social
  • O caminho para uma remuneração justa face às competências ainda é longo. Recorde-se que o dia 8 de março foi a data elegida pelas Nações Unidas para assinalar o Dia Internacional da Mulher, em 1975. Uma data para celebrar as conquistas de igualdade de género conseguidas ao longo de mais de um século e para refletir sobre tudo aquilo que ainda há por fazer.

    A origem deste dia data de 1857 quando, precisamente a 8 de março, um grupo de mulheres da indústria têxtil organizou uma marcha a exigir melhores condições de trabalho e horas de trabalho iguais às dos homens, em Nova Iorque. Na mesma cidade, 50 anos depois, uma nova manifestação foi levada a cabo para homenagear as mulheres que iniciaram esta luta e para exigir o direito de voto.

    Mas esta não foi uma luta do século XX cingida aos Estados Unidos. Na Rússia, e noutros países da Europa, muitas foram as manifestações em prol dos direitos das mulheres e da igualdade de géneros.

    A data continua a fazer sentido de ser assinalada, porque apesar de muitas conquistas, ainda se continuam a assistir a graves disparidades e injustiças um pouco por todo o mundo.

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