Uma equipa de investigadores chinesa, do Hospital Oeste da China da Universidade de Sichuan em Chengdu, começará, já em Agosto, a testar a eficácia de células modificadas para o tratamento do cancro do pulmão.
Esta notícia surge pouco depois de, nos Estados Unidos, ter sido aprovado um projecto de modificação genética em seres humanos.
O cancro é talvez uma das palavras que mais assusta a população mundial. Todos os esforços que sejam feitos na investigação e tratamento das suas diferentes mutações são bem-vindos.
Nos Estados Unidos, reguladores aprovaram recentemente um projecto de modificação genética em seres humanos, levado a cabo por uma equipa de investigadores da Universidade da Pensilvânia. Na China, uma investigação idêntica irá avançar para testes em seres humanos já no próximo mês.
Esta equipa de investigadores do Hospital Oeste da China da Universidade de Sichuan, em Chengdu, irá testar a eficácia deste procedimento em pacientes com cancro do pulmão, que não obtiveram bons resultados com os tratamentos comuns da quimioterapia e radioterapia.
Em que consiste o procedimento?
O procedimento passa por retirar as células T (um tipo de glóbulo branco) dos doentes e utilizar a técnica CRISPR para editar o gene PD-1. Este gene é o responsável por gerir as células cancerígenas, sendo que, através deste método, pretende-se impedir que as células saudáveis sejam atacadas.
Tendo por base esta técnica, haverá uma multiplicação das amostras modificadas que serão, posteriormente, reintroduzidas na corrente sanguínea dos pacientes, com o objectivo de atacar apenas partes do corpo afectadas pelo cancro.
Uma ideia promissora mas com muitos riscos
A modificação genética das células cancerígenas é uma ideia promissora e que renova a esperança para um tratamento do cancro mais eficaz. Contudo, os especialistas ainda revelam muitas reservas. Muitos admitem que existe o risco de as células modificadas activarem uma resposta imunológica excessiva, atingindo de forma nefasta os tecidos saudáveis.
A equipa de investigadores chinesa irá começar os testes em 10 pacientes de forma gradual e monitorizada, para minimizar os riscos que poderão estar associados a este novo procedimento.