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Metal de asteróide que matou dinossauros poderia curar o cancro

A investigação científica em volta do cancro tem linhas de trabalho que passam pelos mais variados estudos. Uma investigação da responsabilidade do departamento de química da Universidade de Warwick, no Reino Unido, e da Universidade Sun-Yat Sen, na China, fez com que se descobrisse uma técnica que elimina as células cancerígenas recorrendo a um metal precioso.

Este metal, raro no planeta Terra, era abundante no asteróide que matou os dinossauros há milhões de anos.


Preâmbulo

As células cancerígenas podem ser destruídas com a ajuda do irídio. Trata-se de um metal de transição, duro, frágil, pesado e de cor branca prateada. É usado em ligas de alta resistência que podem suportar elevadas temperaturas. É um elemento pouco abundante, encontrado na natureza associado ao ósmio e à platina, e muito resistente à corrosão. À temperatura ambiente, o irídio encontra-se no estado sólido.

O isótopo 192 do irídio é largamente usado em braquiterapia de alta taxa por dose, uma modalidade de tratamento de radioterapia para tumores malignos.

 

O metal que mata mas salva

Segundo um conjunto de investigadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido e da Universidade Sun-Yat Sen na China, as células cancerígenas podem ser destruídas com a ajuda do irídio, um metal do asteróide que poderia ter causado a extinção de dinossauros na Terra.

Esta teoria, acima de tudo, assenta a sua legitimidade no resultado conseguido pelos investigadores que eliminaram células oncológicas preenchendo-as com oxigénio excitado por energia com irídio.

Este elemento químico está presente na crosta terrestre há cerca de 66 milhões de anos, fazendo com que alguns cientistas acreditem ter chegado ao nosso planeta ao lado do asteróide que teria causado o desaparecimento de muitos animais pré-históricos.

 

Metais preciosos para cura do cancro

São usados vários metais preciosos em mais de 50% das quimioterapias. A platina, por exemplo, assim como como o irídio, pois têm um grande potencial para desenvolver “drogas dirigidas que atacam as células cancerígenas de forma completamente nova e combatem, igualmente a resistência”. Desta forma, estes metais oferecem uma perspetiva promissora que poderia minimizar os efeitos colaterais negativos, como referiu Peter Salder, um dos autores da investigação.

Especificamente, este método consiste na introdução de um composto com partículas de irídio num tumor e, posteriormente, usando um laser através da pele na zona cancerosa. Isso desencadeia um processo que liberta o oxigénio excitado dentro das células malignas até que sejam destruídas.

 

Uma arma seletiva

Durante a experiência, estes cientistas usaram a amostra de um cancro do pulmão que “bombardearam” com um feixe de luz vermelha para ativar o composto com irídio introduzido por eles. Como resultado, todas as células oncológicas foram destruídas, enquanto o processo não afetou as células saudáveis.

Esta investigação é “um salto” nos esforços para entender o funcionamento dos compostos anti-cancerígenos deste tipo e “introduz vários mecanismos de ação” visando superar a resistência “e atacar o cancro de diferentes ângulos”, referiu Cookson Chiu, co-autor do estudo.

Os avanços notáveis ​​na espectrometria de massa moderna permite-nos agora analisar misturas complexas de proteínas em células cancerígenas e identificar alvos de drogas específicos, em instrumentos sensíveis o suficiente para pesar mesmo um único electrão!

Referiu Peter O’Connor, Professor Departamento de Química da Universidade de Warwick.

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