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Medicamentos falsos vendidos na Internet!

O Infarmed está a investigar situações de contrafacção de medicamentos em Portugal, revelou hoje o presidente do organismo, Vasco Maria, referindo também que mais de metade dos medicamentos comprados pela Internet são falsos.

O presidente da Autoridade Nacional do Medicamento não revelou pormenores sobre a investigação mas lançou o alerta para que os consumidores apenas comprem medicamentos em ‘sites’ com “absoluta garantia” sobre fabricantes, vendedores e conteúdo.

Os produtos vendidos pela Internet muitas vezes não têm a substância activa que dizem ter, “ou pior que isso, têm substâncias tóxicas”, acrescentou em declarações à Lusa.

“Têm morrido centenas de milhar de pessoas na China, mas também no Canadá, na Argentina. Noutros países, como nos EUA, há casos de pessoas que morreram por consumir produtos adquiridos através da Internet e que estavam contrafeitos”, sublinhou Vasco Maria.

Sendo “um problema global, só é possível combater de maneira global, através de todos os agentes envolvidos, como fabricantes, autoridades reguladoras, profissionais de saúde polícias, magistrados e dos consumidores”, argumentou.

No quadro deste combate estará brevemente disponível uma tecnologia que permite, por exemplo, comprovar a origem de determinado medicamento por uma farmácia através da consulta da base de dados do fabricante.

Infarmed obsoleto e desajustado

Sobre as declarações ao DE do director da Hovione, a maior empresa portuguesa de princípios activos, de que estruturas como o Infarmed estão “completamente obsoletas e desajustadas para conseguir policiar correctamente a indústria globalizada”, Vasco Maria afirmou que resultam de um “desconhecimento muito grande”.

“Posso dizer que o Infarmed esteve há muito pouco tempo, em representação da União Europeia, numa fábrica dos EUA e concluiu que as condições não eram as adequadas e não aprovou uma linha de produção de medicamentos injectáveis que viriam para a Europa e impôs condições que têm de ser cumpridas”, relatou.

Para o dirigente da Autoridade Nacional do Medicamento, cabe aos responsáveis pelo produto final inspeccionar as fábricas onde compram a matéria-prima para garantir a sua qualidade e as boas práticas dessas unidades.

“E se [o fabricante] considerar que há qualquer dúvida pode solicitar a qualquer autoridade que inspeccione essas matérias-primas. É assim que se passa na Europa e nos EUA. É ao próprio fabricante do medicamento final que cabe demonstrar junto da Autoridade que a matéria-prima que adquiriu é de proveniência conhecida e cumpre todos os requisitos”, declarou Vasco Maria.

O Infarmed tem um plano de inspecção aleatória, pelo menos de dois em dois anos todas as fábricas sejam inspeccionadas, já que é “impossível” um controlo anual.

A própria agência norte-americana do medicamento (FDA) perspectivou que se inspeccionasse todas as fábricas que introduzem produtos naquele mercado levaria 20 anos a concluir o trabalho.

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