O computador começará por estar disponível para os alunos das universidades sénior. Tem teclas mais espaçadas, rato anatómico e conteúdos específicos para idosos.
É uma espécie de ‘Magalhães’ para os mais velhos: tem uma bateria de última geração que o torna mais leve do que o habitual, teclas mais espaçadas, um rato anatómico e conteúdos específicos para idosos, por menos de 500 euros.
Este computador sénior virtual começará por estar disponível para os alunos das universidades sénior e depois (dentro de quatro meses) ficará acessível a todos os maiores de 50 anos.
“Estará disponível para venda a partir do nosso site. Não queremos colocá-lo no mercado, porque o preço iria subir. Ainda estamos a acertar alguns detalhes, mas custará menos de 500 euros”, revela à Lusa Luís Jacob, presidente da Rede de Universidades da Terceira Idade (Rutis). O projecto foi desenvolvido pela Rutis, pela Microsoft e pela Inforlândia e será apresentado no Congresso Mundial de Envelhecimento Activo, que se realiza quarta e quinta-feira, em Santarém.
Ecrã teve em conta o peso do computador
“Os nossos alunos ouviram falar no ‘Magalhães’ e no e-escolas e pediram para ter um computador para eles”, explica Luís Jacob, frisando que esta é uma área que interessa a muitos dos idosos que frequentam a universidade sénior.
O ecrã do computador que agora chega às mãos dos maiores de 50 anos terá 15 polegadas, teclas mais espaçadas do que é habitual nos portáteis e as letras a sobressair mais, para se adequar à visão dos mais velhos.
“Pensávamos que seria adequado um ecrã maior, com 17 polegadas, mas os testes que fizemos indicaram-nos que os idosos preferiam um ecrã mais pequeno, caso contrário o computador também seria maior e mais pesado”, observa Luís Jacob.
Criar um computador “o mais leve possível” foi uma das preocupações ao longo de “seis meses de trabalho e investigação”, e isso concretizou-se numa “bateria de última geração”, que torna o portátil sénior num aparelho “mais leve que o normal”, descreve o responsável.
A partir de Março acessível a qualquer sénior
Para além disso, o modem é interior, para reduzir a quantidade de aparelhos periféricos, e existe a possibilidade de ter um rato anatómico. “É um rato maior, com o molde de uma mão, mais fácil de agarrar, porque alguns idosos têm problemas que tornam difícil manusear os ratos normais”, explica.
A isto soma-se uma imagem personalizada e conteúdos para seniores: um curso de informática, um software de demonstração para quem vê muito mal (que “transforma o ambiente do Windows em voz”) e links directos para sites de interesse para os mais velhos.
Durante quatro meses, o aparelho estará disponível apenas para os estudantes das universidades sénior. A partir de Março, ficará acessível a “qualquer sénior”, refere Luís Jacob.
A Rutis está, também, a negociar com uma entidade bancária a possibilidade de facilitar a compra do aparelho em prestações.Expresso