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Magalhães, o PC de Portugal além fronteiras!

O Magalhães, o primeiro computador portátil feito em Portugal, quer entrar nos lares de cerca de 500 mil crianças do ensino básico, mas a ambição dos seus fabricantes vai mais além. O objectivo do consórcio JP Sá Couto e Prológica, que, em parceria com a norte-americana Intel, vai produzir os primeiros portáteis nacionais a partir de uma fábrica em Matosinhos, é exportar a tecnologia e os equipamentos para o mundo.

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Actualmente, o consórcio está já em negociações com três continentes – África, Europa e América Latina, afirmou ontem Luís Cabrita, responsável da Prológica, à margem da apresentação do projecto Magalhães em Lisboa. Segundo Luís Cabrita, “o primeiro computador português é um projecto competitivo nos três continentes”, o que vai permitir realizar a intenção do consórcio: “globalizar a marca Magalhães”, que retirou o seu nome do navegador português Fernão Magalhães.

O Magalhães vai começar a ser produzido num espaço que pertence à actual fábrica da JP Sá Couto, em Matosinhos, estando prevista a construção de uma nova unidade de fabrico na mesma zona, adiantou o responsável pela empresa, João Paulo Sá Couto. No total, vai permitir criar cerca de mil novos postos de trabalho.

De acordo com o responsável da fabricante portuguesa, “a capacidade de produção actual da fábrica é de 40 mil unidades por mês” mas, com a nova unidade, “a capacidade aumentará mediante as encomendas”.

Características dos equipamentos:

Em Setembro, vão começar já a sair os primeiros computadores portáteis portugueses da fábrica de Matosinhos directamente para as mãos de alunos entre os seis e os 11 anos. Segundo anunciou ontem o primeiro-ministro, José Sócrates, na apresentação do Magalhães, cerca de 500 mil computadores vão ser distribuídos aos alunos do primeiro ciclo ao longo do próximo ano lectivo. A primeira leva de produtos levará o processador mais antigo da Celeron e só depois terá direito ao novo chip Atom, da Intel.

A iniciativa surge no âmbito do novo programa e.escolinhas, uma réplica do e.escolas, que vai abranger as crianças que frequentam o primeiro ciclo do ensino básico. Segundo José Sócrates, o computador Magalhães vai ser gratuito para os alunos que estejam inscritos no primeiro escalão da acção social escolar e custará 20 euros para as crianças no segundo escalão. Para os que não estão abrangidos nesse sistema, o preço do Magalhães é 50 euros.

O custo de produção de cada um dos 500 mil computadores é, contudo, bastante superior – 180 euros. Isto faz com que o projecto de Matosinhos tenha um custo inicial de produção superior a 80 milhões de euros, explicou ontem José Sócrates aos jornalistas, à margem da apresentação.

Segundo o primeiro-ministro, a diferença entre o custo de produção e o preço final do computador “Magalhães” será suportada pelo Estado e pelas entidades privadas envolvidas no projecto. José Sócrates adiantou ainda que a parte dos custos que vai caber ao Governo dependerá do número de pais que optar pelos contratos de ligações à internet disponibilizados pelos operadores de banda larga a apoiar o projecto – Portugal Telecom, Vodafone, Zon e Sonaecom.

Segundo o primeiro-ministro, o computador vai ter, “numa fase inicial, em Setembro, 30 por cento de incorporação nacional, mas o objectivo é que, no final deste ano, esteja já nos 100 por cento, exceptuando o processador da Intel”.

Para além disso, o projecto Magalhães quer ir mais longe e estender-se para fora do país. “Queremos replicar o Magalhães e o programa e.escolinhas noutros países”, afirmou José Sócrates. Segundo o primeiro-ministro, existem já “contactos com vários países, quer para vender o computador, quer o programa”. Público

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