O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação disponibilizou, esta segunda-feira, uma parte significativa da base de dados que reúne um conjunto vasto de dados da empresa Mossack Fonseca.
Ao todo são 320 mil sociedades offshore que aparecem nos mais de 11,5 milhões de documentos que foram entregues anonimamente ao consórcio.
O caso Panama Papers teve início há mais de um ano quando um anónimo, com o nome virtual de “John Doe” – contactou o Süddeutsche Zeitung, disponibilizando-se a passar os primeiros ficheiros de informação.
Os esquemas associados ao Panama Papers funcionavam de uma forma simples, em que a empresa Mossack Fonseca, sediada no Panamá, vendia empresas fictícias aos ricos e poderosos, garantindo desta forma estes conseguiam proteger as suas fortunas nos paraísos fiscais, evitando o pagamentos dos impostos e das contribuições devidas.
O volume de dados é de tal forma grande que esta é considerada a maior fuga de informação da história. Ao todo foram entregues mais de 2,6 terabytes de dados, o que correspondem a 11,5 milhões de ficheiros.
Parte da informação foi hoje disponibilizada a partir das 18h no site offshoreleaks.icij.org onde podemos encontrar nomes de sociedades, pessoas em nome individual de mais de 200 países, fundações existentes em paraísos fiscais, etc. Os filtros de pesquisa permitem que facilmente se encontrem informações por país, por nome, etc.
Relativamente a Portugal, o site revela 246 offshores. Segundo o jornal público, Não se trata, porém, de um repositório dos ficheiros originais, mas de referências seleccionadas e organizadas sobre as sociedades offshore referidas nos documentos. Em Portugal participam no consórcio os jornalistas Micael Pereira (Expresso) e Rui Araújo (TVI), que têm publicado os trabalhos em conjunto.