De acordo com informações, uma das maiores queixas dos utentes de transportes públicos é a falta de pontualidade dos autocarros. Em Lisboa, a Câmara analisou o problema e a solução encontrada passa pelos semáforos passarem a verde e assim dar prioridade aos autocarros da Carris.
A cidade de Lisboa vai passar a ter semáforos com sensores que irão dar prioridade aos autocarros da Carris, no eixo central, quando estes estão atrasados. Além de ser uma solução para a falta de pontualidade dos autocarros, a Câmara de Lisboa quer que esta medida leve a que mais pessoas utilizem o transporte público, deixando o carro em casa.
Em declarações ao DN, o vereador da mobilidade e da segurança, Miguel Gaspar revela que…
Quando um autocarro estiver atrasado ao circular entre Entrecampos e o Marquês de Pombal, os semáforos vão reconhecê-lo quando se aproximar e passarão a verde, garantindo que não perde velocidade e possibilitando a recuperação de algum tempo perdido.
ACP não concorda com medida
Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP) não considera que esta medida da Câmara de Lisboa vá resolver o problema. De acordo com o Presidente da ACP, tal situação só vai dificultar ainda mais o trânsito:
Da maneira como os corredores BUS estão feitos, obviamente que com o estrangulamento que houve no eixo central de Lisboa só vai dificultar ainda mais o trânsito. Portanto, o troço que querem fazer mais rápido é relativamente pequeno, por isso, não vai resolver rigorosamente em nada o problema da Carris: que é não cumprir horários.
Acho que a Câmara ainda não viu o estudo que o ACP apresentou na semana passada, porque se tivesse visto o estudo, via que as pessoas querem andar de carro, porque não estão de acordo com a flexibilidade dos transportes públicos. Percebo que a câmara queira menos carros, mas para isso é preciso que faça mais parques de estacionamento. O problema de Lisboa é a falta de espaço. Temos imensos sítios em Lisboa para o fazer e até à entrada da cidade.
Na passada terça-feira, a ACP deu a conhecer um estudo que revela que apenas 10% dos condutores portugueses usa transportes públicos nas deslocações casa-trabalho-casa.