A tecnologia evoluiu muito nestes últimos 10 anos e muitas das novidades passam-nos ao lado, mas temos essa evolução dentro de casa. Como exemplo disso são os LED de pontos quânticos.
Falar de pontos quânticos é estarmo-nos a referir a tecnologia que atualmente temos dentro das televisões que temos em casa. Mas isso poderá saltar do ecrã para o candeeiro, com proveito claro no seu bolso.
Pontos quânticos: o que são?
Quando ouvimos e lemos o termo “quântico” pensamos em algo poderoso mas que não estará ao nosso dispor pelo menos na próxima década. Pois bem, isso não é a realidade e não pense que há um grande mistério por trás destas tecnologia. Por exemplo, esta solução permite que os ecrãs LED tenham melhor qualidade de cor e reproduzam cores escuras comparáveis aos ecrã OLED e plasma.
De forma resumida, pontos quânticos (ou “quantum dots”, em inglês) são cristais minúsculos usados pelos fabricantes de ecrãs LED para absorver determinadas frequências de luz (o que corresponde a cores) e propagar outras frequências, conforme a necessidade.
Esta tecnologia está agora na mira de outros fabricantes para ser adaptada para lá do segmento das TVs. No entanto, atualmente os pontos quânticos estão embutidos num filme fino usados apenas nas TVs LED e a técnica usada para este fim não é compatível para fabricar algo de uso mais generalizado!
Novidades da Turquia
Sadra Sadeghi e os seus colegas da Universidade de Koç, na Turquia, abriram caminho para superar esse inconveniente.
A equipa desenvolveu uma técnica num meio líquido que permite transferir as partículas semicondutoras nanoscópicas – os pontos quânticos – para o interior de lentes flexíveis transparentes.
Para fabricar os novos QLEDs, Sadeghi preencheu o espaço entre uma lente de polímero e um chip de LED com uma solução de pontos quânticos que foram sintetizados pela mistura de cádmio, selénio, zinco e enxofre em altas temperaturas. A lente foi feita com um tipo de silicone porque a sua elasticidade permite injetar as soluções sem fuga e a transparência do material permite a transmissão da luz.
Reduzir para metade a conta da iluminação
Os LEDs brancos de base líquida alcançam uma eficiência duas vezes maior do que os LEDs similares que incorporam os pontos quânticos sobre películas sólidas e podem ser projetados para emitir luz branca quente, o tipo mais agradável ao ser humano.
O protótipo emite luz branca com uma eficiência luminosa recorde de 105 lumens por watt – a eficiência luminosa é uma medida que permite saber quão bem uma fonte de luz usa a eletricidade para gerar luz. A equipa já possui um fundamento teórico que, afirmam, garante que chegarão a um protótipo com 200 lumens por watt.
Substituir as fontes de iluminação convencionais por LEDs com uma eficiência de 200 lumens por watt diminuiria o consumo global de eletricidade usada para iluminação em mais da metade. Essa redução é igual à eletricidade criada por 230 centrais de carvão típicas de 500 megawatts, e reduziria as emissões de gases de efeito estufa em 200 milhões de toneladas.
Referiu o professor Sedat Nizamoglu, coordenador da equipa.
Estamos, portanto, a usar tecnologias existentes noutros segmentos para aumentar a desempenho de coisas do nosso quotidiano apenas aperfeiçoando a técnica abrindo caminhos inimagináveis de evolução tecnológica. O futuro de amanhã será assim… surpreendente.