Paulatinamente, os combustíveis fósseis vão sendo retirados das estradas. Há países que estão em velocidade cruzeiro na transformação e já notam claramente os benefícios, quer ao nível ambiental, quer económico.
No Japão, é cada vez mais difícil encontrar um lugar para reabastecer carros a gasolina ou diesel. As estações de serviço estão em declínio contínuo desde 1994. Há sinais importantes que estão a ser dados.
De 60 mil em 1994 para 30 mil em 2018
Em 1994, o Japão atingiu o valor recorde, para o país, em estações de serviço. Contabilizavam-se à altura 60 mil postos. Desde então, o número vem a cair ano após ano, até atingir o mínimo atual de 30.000.
Os números são ainda mais impressionantes se tivermos em consideração que a cada ano 1000 postos de combustíveis estão a fechar no país do sol nascente. Há até mesmo regiões onde a estação mais próxima das cidades fica a 150 quilómetros de distância. Algo que, sem dúvida, dificulta a movimentação normal de um carro com motor de combustão.
Há uma razão extraordinária para este desaparecimento?
Há várias razões, na verdade. Uma das causas para este desaparecimento contínuo, mas inevitável, é que cada vez mais japoneses escolhem não ter um carro.
Outra razão prende-se com a lei que exige que os proprietários das estações de serviço modernizem e reparem os tanques de gás subterrâneos mais antigos, o que os tem levado a optar por fechar portas.
Além destas duas razões, há outra que tem a ver com os terramotos comuns, que causam longas filas para reabastecer devido à falta de combustível, e as dificuldades dos petroleiros em alcançar certas áreas. Algo que tem especial importância nas regiões rurais e ilhas remotas, que sofrem com a falta de combustível.
Mas então não será pelo avanço dos elétricos?
Sem dúvida que é igualmente uma das razões que mais tem contribuído nos últimos anos.
Quer os carros híbridos, quer os elétricos, estão a ganhar espaço aos carros de combustão, além de não necessitarem de combustível (no caso dos totalmente elétricos), também se tem verificado uma diminuição forte na procura de serviços de mecânica e troca de peças de desgaste. Tudo isso, está a causar o declínio de um segmento muito forte durante décadas.
O Japão tem assistido, desta forma, a uma queda fortíssima no consumo de petróleo. Esta realidade eleva o compromisso crescente do Japão com as energias renováveis.
Este empenho tem dado frutos, o Japão tem uma meta de capacidade instalada de 64 GW até 2030, o que atualmente já se vislumbra ser possível alcançar em 2020. Tudo isto vem ajudar os japoneses a fazer a transição para energias limpas e potenciar o seu mercado para o globo, com exemplos claros de sucesso.