O iPhone 4 é o mais recente produto da Apple. Segundo dados do CEO da empresa de Cupertino, em 3 semanas a Apple vendeu mais de 3 milhões de unidades. Mas nem tudo tem sido um mar de rosas… ou maças. Na verdade o iPhone 4 não é perfeito! Foi descoberto um problema na concepção da nova e mais avançada estrutura de captação de sinal.
Depois de vários avanços e recuos a Apple admitiu que o seu problema não é uma falha de concepção mas uma consequência da atenuação presente em todos os smartphones, quando estes se encontram em áreas de recepção precária.
O problema ou hipotético problema atingiu no presente proporções não imagináveis, quando Steve Jobs lançou a 8 de Junho lançou o iPhone 4.
A opinião pública
Os desenvolvimentos foram sendo passados para a opinião pública de forma gradual, mas sempre com um denominador comum, como dilator. A poeira que gravitava em torno deste assunto, no qual não haviam certezas se os problemas eram reais ou meras fantasias, começaram dias depois, com a Gizmodo a denunciar o que seria uma “trágica” concepção na nova estrutura do iPhone 4.
A opinião da Apple
Passados 22 dias da descoberta do alegado problema e de grande ansiedade por parte dos media e consumidores, a Apple marca para 16 de Julho uma conferência de imprensa onde explica, em defesa do seu produto, toda a polémica gerada e em que circunstancias a mesma se encontra, onde Steve Jobs diz que:
“Nós não somos perfeitos, temos noção disso e vocês também, e nem os telefones também o são. Mas nós queremos satisfazer os nossos clientes, e se vocês não têm essa percepção da Apple, é porque não a conhecem. Nós adoramos ver os nossos clientes satisfeitos e é precisamente isso que nos move a fazer bons produtos”
Passando a explicar os problemas e que conclusões chegaram após analisar ao pormenor os detalhes e circunstancias desses mesmos problemas, antes referindo que o iPhone 4 foi talvez o melhor produto que alguma vez fizeram e que as analises ao mesmo indicam-no como o melhor smartphone actualmente do mercado, dito pelas mais variadas revistas onde inclui os exemplos da “Wired, Engadget, PCWorld e até mesmo a Consumer Report” mostrando que ele é um telefone que superou as espectativas, e acima de tudo a aceitação por parte dos consumidores foi muito boa, daí o reflexo do enorme numero de vendas em tão curto espaço de tempo, em que as estatisticas de satisfação conseguiram superar os valores dos seus antecessores.
Contudo uma pequena percentagem de utilizadores após o anuncio da Gizmodo começaram a reportar os alegados problemas de perca de rede ao pegar no iPhone 4 ao tocar um “ponto fraco” da antena que o fazia perder recepção, ponto esse que foi deixado bem claro pela Gizmodo e foi precisamente aí que tudo começou, com o surgimento de videos na Internet de clientes que confirmavam essa perca de rede ao tocar naquele exacto ponto.
E desde aí que a Apple começou a receber relatos do alegado problema e obviamente começou a os analisar desde então.
Fica a questão: O sinal em perda será 3G ou 2G?
iPhone 4 sem problemas:
As conclusões que chegaram é que sim, ele de facto existe e não é algo de anormal ou inexistente numa vasta maioria de smartphones presentes no mercado, e era algo que eles próprios ja tinham conhecimento e que é algo que sempre foi uma desafio para toda esta industria, uma vez que não existe nenhum smartphone sem “pontos fracos” e dificilmente haverá, ironizando que talvez um dia “quando conseguirmos contornar as leis da fisica”.
Passando a apresentar exemplos das melhores marcas, onde inclui o BlackBerry, HTC e Samsung, demonstrando precisamente o mesmo problema reportado por esses clientes, explicando em que circunstancias esse mesmo problema acontece. Segundo o site da Apple, os telefones testados encontram-se numa situação em que a rede está entre os -80dBm e -90dBm o que em termos de rede é algo propicio a uma maior sensibilidade de atenuação ao pegar no mesmo.
Com o algoritmo que usavam anteriormente (semelhante ao presente nos restantes) essa perca ao agarrar no telefone era de 5 barras para 1 barra, quando na realidade poderia representar apenas uma perca de 2 barras se o mapeamento das barras fosse mais preciso. Foi precisamente isso que a Apple fez no update 4.0.1. Este update não irá solucionar o problema, uma vez que é uma questão física, mas que irá indicar a medição mais precisa ao cliente, se este se encontrar numa área de forte ou fraca recepção de sinal.
O que acontece agora é que o iPhone, com este novo update, ao invés de indicar a rede no máximo, como todos os restantes, indicará apenas 3 barras, fazendo com que as 5 só estarão visíveis em áreas de excelente recepção, daí este pormenor ter deixado confusos muitos clientes que ao ter a suposta rede no máximo, uns indicavam perdas e outras não indicavam perda absolutamente nenhuma.
Tudo isto porque a margem das 5 barras indicava uma enorme distancia, entre os -91 e -51dBm, ou seja, tanto uma recepção media como uma excelente recepção, indicavam precisamente o mesmo gráfico.
Posta esta hipótese e para gerar menos confusão ao consumidor, a Apple resolveu refazer o mapeamento que indicam as barras para assim os clientes saberem com maior exactidão se se encontram ou não em áreas de boa recepção e caso seja, não irão encontrar o famoso “Death Grip”, sugerindo até que no exemplo que deu sobre as outras marcas, a causa seja precisamente a mesma, indicam as barras no maximo quando na realidade estes encontram-se num nível de atenuação médio, razão essa que a atenuação ao pegar seja mais evidente.
O mapa cedido pela Anandtech, onde demonstra como é definido os decibéis por cada barra, no Android, iOS 4.0(e antecessores), e com o recente update iOS4.0.1
E é precisamente nesse ponto que Steve Jobs refere que uma vez que a perca de 5 barras para 1 é uma distancia enorme, deu origem a todo o teatro e sensacionalismo a que os media adoram.
Contudo, não deixaram de analisar os factos e recorreram a todas as estatisticas que revelaram que sobre este problema, apenas 0,55% dos clientes tiveram percepção e fizeram questões junto à Apple sobre o mesmo, assim como recebeu inúmeros emails de clientes que não percebiam o que se estava a passar, uma vez que nunca tinham encontrado tal problema. Dado isto e para juntar mais dados à analise, a Apple recorreu às estatísticas da operadora AT&T para saber o rácio de chamadas caídas e em comparação com o iPhone 3GS, esta indicou que o iPhone 4 teve apenas 1 chamada caída amais que o seu antecessor, numa escala de a cada 100 chamadas efectuadas.
Apresentados os números e chegada a conclusão que este problema não é algo de anormal com o produto, Steve Jobs anuncia que não existirá nenhum recall, mas como todos os clientes para eles são importantes, até mesmo aquela baixa percentagem dos que reclamaram o problema em locais de fraca recepção de sinal, ele irá oferecer a todos capas de protecção que ajudam a diminuir a atenuação para esses mesmos casos, e cada um terá direito a uma capa, e dos que já compraram serão reembolsados.
Se mesmo assim não se sentirem satisfeitos, relembra que a única hipótese será a entrega no produto no prazo máximo de 30 dias após a compra, com total reembolso, mais uma vez relembrando que não quer deixar nenhum dos seus clientes insatisfeitos e estas são as únicas formas de resolver o problema a este pequeno número de queixosos.
Após este evento da Apple, com demonstrações do alegado problema e esclarecimentos, começaram a surgir comunicados das outras marcas a querer defender os seus produtos, mas isso também chamou a atenção dos seus clientes que não perderam tempo e começaram a fazer testes. então, começaram a “chover” no Youtube inúmeros exemplos semelhantes ao que a Apple apresentou, mostrando mais uma vez a fragilidade da rede 3G (UMTS) em quase todas as marcas.
Apareceram relatos de consumidores HTC, Blackberry, Samsung, entre outros, muitos deles a ironizar sobre quando a marca lhes iria dar também capas gratuitas. Outros fizeram simplesmente o teste por curiosidade para confirmar se a Apple falava a verdade e disseram que de facto bateu certo com os dados apresentados pela Apple, contudo nunca tinham reparado antes nem dado tanta atenção por achar uma coisa natural.
Em defesa, a RIM responde:
Os directores executivos da RIM, Mike Lazaridis e Jim Balsillie, produtora canadiana da marca BlackBerry, não gostaram de ouvir Steve Jobs afirmar que todos os smartphones têm problemas nas antenas. Estes emitiram uma declaração pública a dizer que a Apple está a envolver os concorrentes nos problemas que lhe dizem especificamente respeito, ao lançarem um comentário para clarificar a conferência de imprensa do CEO da produtora da Macintosh na passada sexta-feira.
Logo surgiram testes que contradizem estas declarações:
Então como pode a RIM afirmar o que está aos olhos de todos, em testes idênticos aos que despoletaram o já apelidado antennagate?
Em defesa, a HTC responde:
o Já a HTC, tem uma atitude diferente em que admitindo subtilmente o problema, diz que foram apenas 0,016% dos seus clientes se queixaram dos problema de captação, no modelo Droid Eris demonstrado pela Apple.
Neste caso a HTC empurra a RIM para uma posição desconfortável, pois assumindo que o problema existe, dá razão à Apple, atenuando este factor com uma valor substancialmente menos de queixas, do que o registado pela AppleCare.
Os clientes HTC também reagiram e deixam a questão: Where is my free case HTC?
Obviamente esta resposta da HTC veio comprometer todo o cenário de controvérsia, a Egadget pergunta mesmo:
Whereas Apple claimed over 0.55 percent of customers called AppleCare with reception-related complaints, HTC’s Eric Lin told Pocket-lint the Droid Eris technical support rate was 0.016 percent, nearly thirty-four times lower — though even with a seven-month head start, we have to wonder if the Eris sold close to three million by the time Verizon brought the axe down.
Outras marcas, que reagiram ao comentário de Steve Jobs “Não o agarres de forma errada” ou que se segurar de certa forma gera mais atenuação, simplesmente dizem-no de forma diferente através dos manuais.
Então, o iPhone 4 tem ou não problemas de recepção de sinal de rede?
Quanto a nós só nos resta aguardar para o ter nas mãos para fazer a analise sem claro deixar passar ao lado uns testes e comparativos com outros smartphones e saber ao certo em que circunstancias o problema se verifica, se nas nossas redes é evidente, se ele perde rede em UMTS e GSM, se é simplesmente ao pegar ou ao tocar apenas no canto inferior esquerdo.
Até lá, só nos resta deixar-vos com todos os factos que pudemos acumular, tornando o assunto claro, explicado de forma transparente, para que haja uma correcta interpretação dos acontecimentos.