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IGF 2021: “Internet United” aberta, gratuita e não “dividida”

Por estes dias decorre em Katowice, na Polónia, o Fórum de Governança da Internet da ONU – IGF 2021. Este fórum internacional, visa debater medidas para melhorar a segurança do ciberespaço para todos.

É verdade que o número de utilizadores na internet está a aumentar (muito até por causa da pandemia COVID-19), mas há ainda muitos milhões de pessoas sem acesso à rede digital. A ONU quer uma “Internet United” aberta, gratuita e não “dividida”, onde os utilizadores têm os seus direitos.


IGF 2021 – 5 dias de evento e mais de 250 sessões

Mais de 782 milhões de pessoas, nos últimos dois anos, passaram a fazer parte desta rede mundial digital a que chamamos de Internet – mais do dobro da população dos Estados Unidos.

No entanto, em simultâneo, o acesso contínua desigual, o discurso de ódio incendiário tem “manchado” os fóruns de debate, o cibercrime tem aumentado significativamente e é nesse sentido que o Fórum de Governança da Internet da ONU (IGF 2021) debate este ano medidas que aproveitem todo o potencial da Internet.

O Fórum reúne mais de 7 000 participantes, onde se incluem personalidades com destaque no mundo da tecnologia, estudantes, ministros e parlamentares com o objetivo de estimular esforços para construir um futuro digital aberto, seguro e livre para todos.

Sob o tema “Internet United”, este Fórum visa reunir esforços para alcançar o acesso universal, inclusão económica e a proteção dos direitos humanos online.

Na sessão de abertura, que se realizou a 7 de dezembro, António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, referiu que…

A pandemia de COVID-19 destacou o poder transformador da Internet. A tecnologia digital salvou vidas, permitindo que milhões de pessoas continuassem a trabalhar, estudar e a socializar com segurança on-line.

Mas a pandemia também ampliou o abismo digital e o lado negro da tecnologia: a disseminação ultrarrápida da desinformação, a manipulação do comportamento das pessoas e muito mais… Só podemos enfrentar estes desafios unidos, através de uma cooperação reforçada.

Mateusz Morawiecki, Primeiro-ministro da Polónia reforçou as palavras do secretário-geral das Nações Unidas referindo que…

Precisamos de uma ‘Internet United’ e de uma resposta unificada às questões digitais que enfrentamos recentemente, especialmente porque a pandemia global acelerou o processo de digitalização nas áreas da vida económica, política e social.

De acordo com a União Internacional de Telecomunicações (UIT), com a pandemia por COVID-19, o número de utilizadores na Internet passou para os 4,9 mil milhões em 2021 (em 2019 eram 4,1 mil milhões).

Educação remota, trabalho remoto e serviços de saúde remotos, foram algumas das novas “experiências” forçadas pela pandemia.

No entanto, aproximadamente 2,9 mil milhões de pessoas, 96% das quais vivem em países em desenvolvimento, permanecem sem acesso à Internet e correm o risco de serem deixadas para trás pela revolução digital.

Liu Zhenmin, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Económicos e Sociais referiu que o Fórum de Governança da Internet pode ajudar a moldar um futuro digital para o mundo.

Garantir uma Internet aberta, gratuita e segura criaria as condições certas um melhor futuro digital. Por exemplo, estima-se que 230 milhões de “empregos digitais” na África até 2030 possam gerar quase 120 mil milhões de dólares de receita.

Prevê-se também que o uso de inteligência artificial gere receitas bastante significativas.

Aumento de utilizadores na internet foi acompanhado pelo aumento do cibercrime…

Contudo, o aumento do uso da Internet também foi acompanhado por um aumento nas violações de dados. A falta de responsabilidade da Internet tornou a Internet um veículo para a disseminação do discurso de ódio incendiário, extremismo violento e desinformação sobre a pandemia.

O cibercrime está a aumentar significativamente, com mais de 7 000 violações de dados registados apenas em 2019, que expuseram mais de 15 mil milhões de registos.

Embora a Internet muitas vezes seja a única forma de continuar a educação ou o emprego durante os bloqueios relacionados com a COVID-19, o cyberbullying e a violência digital tornaram-na num espaço hostil para muitos, especialmente mulheres.

Na Europa, 44% das crianças que sofreram cyberbullying antes da COVID-19 relataram que o abuso aumentou durante o confinamento, de acordo com o Centro de Pesquisa da Comissão Europeia.

Ao longo de cinco dias e mais de 250 sessões, o Fórum da Governança da Internet discutirá medidas concretas para alcançar a inclusão económica e a proteção dos direitos humanos online, acesso universal e conectividade significativa.

Tem também como objetivo encontrar soluções para quatro questões transversais: clima, lixo eletrónico e meio ambiente; proteção de dados e consumidores; cooperação digital; e confiança, segurança e estabilidade.

O Pplware e o Politécnico da Guarda participam no evento a convite do Governo da Polónia.

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