O Android é um sistema operativo móvel extraordinário. Devido à sua estrutura e código aberto, existe uma comunidade enorme de programadores que modifica, desenvolve e corrige funcionalidades nos mais variados modelos de smartphones. Essa é também uma vertente muito apetecida por quem compra um Android: poder mudar e inovar o que uma marca implementou.
A HTC tem um leque generoso de modelos Android, na generalidade bastante bons, mas estava a adoptar uma política menos boa e a deixar descontentes os amantes dessa marca. Concretamente, estava a bloquear uma parte determinante na alteração da ROM, o bootloader.
Mas… mudou de ideias.
O bootloader faz parte do processo de arranque do sistema e é necessário para usar uma ROM modificada.
As empresas, ao “fecharem” os bootloaders, criam enormes dificuldades às comunidades na criação de novas ROMs, desencorajando assim as comunidades a encontrarem uma solução para dar a volta a essa encriptação do bootloader. A quantidade de utilizadores que usam ROMs modificadas é já considerável e digna de se lhe dar a devida importância.
Obviamente que isto, ao ser conhecido, leva a que esses modelos de smartphones sejam menos falados, menos desejados e, sobretudo, menos vendidos. Não é isso que as empresas querem, verdade?
Pode parecer que não mas as empresas sabem, com todo o rigor, tudo o que se vai passando nos terminais que comercializam, aquilo que a comunidade modifica e o que implementa de forma a responder em conformidade no seu software.
Era sabido que vários modelos da HTC como o Thunderbolt, Incredible S, Sensation e EVO 3D teriam os bootloaders encriptados mas esta política desagradou bastante os seus utilizadores.
Dado isso, foi publicado no Facebook da HTC a seguinte declaração do CEO Peter Chou:
Tem surgido bastante feedback dos nossos clientes demonstrando a vontade do bootloader ser “aberto” nos telefones HTC. Quero que saibam que nós ouvimo-lo. Hoje, confirmo que já não iremos “fechar” os bootloaders nos nossos dispositivos. Obrigado pela sua preferência, suporte e paciência.
Com empresas como a LG e Samsung a apostarem forte nesta área, principalmente ao nível de hardware e sem a encriptação dos bootloaders, a HTC não poderia correr o risco de ser a única a seguir um caminho diferente.
E assim tudo acaba bem: utilizadores e amantes da HTC satisfeitos e o fabricante descansado!