Numa competição que decorreu em Las Vegas, Estados Unidos da América, nos passados dias 6 e 7 de agosto, e onde só participam hackers éticos por convite, André Baptista, voltou a revalidar o título de hacker mais valioso do mundo.
Em ano de olimpíadas, André Baptista trouxe o ouro, em cibersegurança, dos Estados Unidos. Na competição em Las Vegas, o desafio consistia em descobrir vulnerabilidades no TikTok e na EPIC Games. André Baptista (0xacb), que fez equipa com o americano Ben (nahamsec) e com o inglês Alex (ajxchapman), foram os únicos a descobrir vulnerabilidades com impacto nas duas empresas.
André Baptista é co-fundador da start-up portuguesa de cibersegurança Ethiack. Este título de Hacker Mais Valioso (MVH) coloca-o agora num grupo restrito de 5 hackers no mundo que se orgulham de ter conquistado este título duas vezes. A primeira foi em 2018 e, na altura, valeu-lhe o título de “Cristiano Ronaldo da cibersegurança”.
As equipas de segurança do TikTok e da Epic Games classificaram as vulnerabilidades descobertas como de elevada criticidade e as mesmas acabaram por ser resolvidas e corrigidas com o apoio do André Baptista e dos seus colegas de equipa para, assim, assegurarem a integridade da correção.
O prémio de Hacker Mais Valioso é atribuído segundo vários fatores:
- número de vulnerabilidades encontradas
- a severidade das falhas encontradas
- o espírito de entreajuda
- originalidade do processo de pesquisa das vulnerabilidades.>
André Baptista está orgulhoso deste segundo título que, na sua opinião “volta a pôr Portugal no mapa mundo da cibersegurança pela qualidade do talento que sai das universidades e pela criatividade que é tão característica dos portugueses.”
André Baptista é um hacker ético. Nasceu em Coimbra, em 1994, onde cresceu e se licenciou. Começou a pregar partidas na escola desde muito cedo e a programar desde os 11 anos de forma autodidacta. Para além de informática, o André sempre foi um curioso sobre a natureza da realidade, o que o levou a ter que tomar uma decisão no fim do ensino secundário: ir para Física ou Engenharia Informática. Dada a paixão pelo hacking, optou por Engenharia Informática, e em 2015 rumou à Universidade Porto, onde se especializou em Segurança Informática.
Atualmente é professor convidado na Universidade do Porto, onde ensina jovens a serem hackers éticos no Mestrado em Segurança Informática. É co-fundador e CTO da empresa Ethiack, uma empresa de segurança informática que está a construir um produto revolucionário na área.
É ainda também um dos treinadores da seleção nacional do Cyber Security Challenge, competição organizada pela ENISA – uma espécie de Europeu do Futebol, mas para hackers.