Gemini está a ter um comportamento racial, dizem os seus responsáveis. Na verdade, a ferramenta de IA apresentou imagens criadas por si de soldados negros na Alemanha em 1943, na era nazi. Isso levou a Google a reconhecer o erro e referiu que está já a trabalhar para melhorar as representações da sua tecnologia.
A Inteligência Artificial pode ser racista?
A Google suspendeu a criação de imagens de pessoas feitas pela sua inteligência artificial (IA) Gemini após imprecisões históricas e raciais geradas pela tecnologia.
Rival da OpenAI, dona do ChatGPT, a ferramenta da Google cria imagens, programas e produz tarefas a partir de comandos inseridos pelos utilizadores.
We’re aware that Gemini is offering inaccuracies in some historical image generation depictions. Here’s our statement. pic.twitter.com/RfYXSgRyfz
— Google Communications (@Google_Comms) February 21, 2024
Nos últimos dias, várias pessoas que testaram a IA identificam que as ilustrações estavam equivocadas e publicaram esses resultados nas redes sociais.
Numa publicação no X (ex-Twitter), a Google reconheceu que o Gemini “apresenta imprecisões em algumas representações históricas” e que está já em cima do assunto para corrigir o problema.
Still real real broke pic.twitter.com/FrPBrYi47v
— John L. (@JohnLu0x) February 21, 2024
Conforme podemos ver em cima, num dos erros identificados, um utilizador pede para que o Gemini gere imagens de soldados alemães em 1943, na era nazi. A tecnologia, então, devolve com fotos de militares negros.
A ferramenta também gerou imagens de pessoas não brancas quando foi solicitada foto dos Pais Fundadores dos Estados Unidos (Founding Fathers), que, na verdade, são todos homens brancos.
“Can you generate images of the Founding Fathers?” It’s a difficult question for Gemini, Google’s DEI-powered AI tool.
Ironically, asking for more historically accurate images made the results even more historically inaccurate. pic.twitter.com/LtbuIWsHSU
— Mike Wacker (@m_wacker) February 21, 2024
Sabe o que é o Gemini?
O Gemini é um modelo de Inteligência Artificial (IA) desenvolvido pela Google como o sistema mais poderoso já criado por sua equipa. Funcionava como o “motor” do Bard (concorrente do ChatGPT). No início deste mês, a empresa decidiu “matar” o nome Bard para adotar de vez o Gemini.
Segundo a gigante das pesquisas, desde o início, o Gemini foi pensado para ser uma ferramenta “multimodal”, podendo trabalhar com diferentes tipos de informação, como texto, áudio, códigos, imagem e vídeo. Agora, a empresa comunicou que estava a liberar o recurso de geração de imagens dentro do Gemini.
A Google afirma que, assim como toda a IA, o Gemini está sujeito ao problema de alucinação, um erro que faz a resposta de um robô incluir informações incorretas, tendenciosas ou sem sentido. No entanto, o Gemini é capaz de fazer as melhores avaliações de segurança de uma IA já criada pela sua equipa, dizem. O objetivo é que ela seja capaz de evitar conteúdo violento ou estereotipado, por exemplo.
Desde o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022, a Google tem se esforçado para produzir um software de IA que rivalize com a solução da OpenAI, que é apoiada pela Microsoft.