Sob alguma pressão política, Eric Schmidt, CEO da Google, anunciou as novas medidas, que em conjunto com a Microsoft, está prestes a pôr em prática quanto ao combate da propagação de conteúdos relacionados com a pornografia infantil.
Cerca de cem mil, são o número de expressões que dão origem a resultados de pesquisa deste tipo de conteúdos nestes motores de busca e que está prestes a ser bloqueado.
David Cameron é a voz inglesa que mais se tem feito ouvir nestas matérias e que de certa forma tem vindo a criar alguma pressão sobre as grandes empresas ligadas à Internet. Em Julho deste ano, o primeiro-ministro britânico, chegou mesmo a apelar a estas empresas, “Google, Bing, Yahoo e as outras”, a censura dos resultados de pesquisa que estivessem relacionados com abusos sexuais e pornografia infantil, referindo, que se nada viesse a ser feito, teria que ser criada legislação nesse sentido.
Na sequência deste discurso, Eric Schmidt deu a conhecer, num editorial ao jornal britânico Daily Mail, novas medidas que estão a ser implementadas no seio da Google e que se estenderão a outros motores de busca.
Segundo o presidente da Google, foram detectados, com recurso a algoritmos por eles criados, cerca de 100 mil expressões que resultam em conteúdos pornográficos infantis, quando introduzidos nos motores de busca, que serão gradualmente bloqueadas. Nesta primeira fase, não sendo possível bloquear todas as expressões, em 150 línguas, o projecto avançará para um bloqueio de conteúdos de apenas 13 mil destas expressões identificadas em inglês.
Além do bloqueio, o utilizador que pesquisar por estas palavras irá receber uma mensagem que o alerta para a ilegalidade dos conteúdos relacionados com abusos sexuais infantis e ainda alguns contactos onde o utilizador poderá procurar ajuda (possivelmente psicológica).
Actualmente, a Google não tem nenhuma solução técnica que seja rápida na detecção de imagens de abusos sexuais de crianças, já que não há uma forma de distinguir o que poderão ser imagens inocentes de crianças no banho daquilo que são imagens de utilização pornográfica. Para tal, é necessário a sensibilidade humana, de ver imagem a imagem, o que acarreta tempo e custos acrescidos.
Contudo, feita esta triagem, catalogados os diferentes tipos de imagens, legais e ilegais, é possível afinar o software de identificação destes conteúdos.
O reconhecimento pelas organizações que trabalham para combater a exploração sexual online não é esquecido e, também para elas, a Google tem planos de financiamento ao desenvolvimento de ferramentas tecnológicas que auxiliem no combate à pornografia infantil.
Apesar destas medidas não representarem o fim dos abusos sexuais a menores e da pornografia infantil, é mais um passo dado no seu combate e uma forma de minimizar a sua propagação.
Qual a sua opinião acerca destas novas medidas?